Coimbra
Jovens descobrem e partilham talentos para melhorar vida da comunidade
partilha voluntária de um talento que melhore a vida da comunidade ou a criação de um jogo digital para sensibilizar para a poupança de água são propostas do projeto 80, que incentiva os jovens para o desenvolvimento sustentável.
As duas propostas, da associação Transformers, liderada por Diogo Silva, e do estudante brasileiro José Dantas Júnior, foram distinguidas pelo Projeto 80 que lança hoje a sua 2.ª edição numa cerimónia que conta com a participação dos dois jovens para apresentarem os seus trabalhos.
O objetivo desta iniciativa, que na edição anterior visitou 23 escolas do ensino secundário e chegou a 28 mil alunos, é desafiar associações de estudantes do ensino básico e secundário ou grupos de alunos a definirem atividades que fomentem a preservação da biodiversidade e recursos naturais, empreendedorismo, economia verde, cidadania e voluntariado.
O projeto Transformers nasceu em 2010 da constatação de que grande parte dos jovens não estavam envolvidos em qualquer grupo cívico, político, social ou de voluntariado e da convicção do seu fundador, João Rafael Brito, de que esta situação acontece porque “não se estava a chegar aos jovens da maneira correta, com a abordagem que gostariam de ter”, como explicou à agência Lusa Diogo Silva.
“O projeto nasce da ideia de que toda a gente tem um superpoder, alguma coisa que faz minimamente bem e basta isso para mudar a comunidade onde está integrado”, resumiu Diogo Silva, que acabou este ano o curso de Economia.
Através da Transformers, que já está em Lisboa, Porto e Coimbra, abrangendo cerca de 600 jovens dos seis aos 20 anos, “tentamos mostrar a cada jovem que é possível desenvolver o seu talento e com isso fazer a diferença”, realçou.
O processo começa com a candidatura dos chamados mentores, pessoas que têm um talento e querem partilhá-lo com grupos de jovens que têm o mesmo interesse, da culinária, à fotografia, grafiti, futebol ou meditação.
Os mentores, com uma idade média de 26 anos, são encaminhados para centros educativos, escolas ou centros de jovens com deficiência, nas quais foi identificado um grupo com vontade de desenvolver o seu “talento”.
Depois os jovens “aplicam” os conhecimentos que podem resultar, por exemplo, na elaboração de um grafiti a alertar para o perigo do consumo de drogas, como aconteceu numa escola de Xabregas, exemplificou Diogo Silva.
José Dantas Júnior, estudante vencedor da categoria Iniciativa Jovem do Green Project Awards no Brasil, parceiro do Projeto 80, desenvolveu um jogo digital pedagógico que sensibiliza crianças entre sete e 10 anos para a poupança de água.
“De forma lúdica, criativa e divertida são transmitidas mensagens sobre a importância de evitar o desperdício de água, nas mais diversas situações do dia-a-dia”, descreveu à agência Lusa.
No Brasil, o projeto tem o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o que “vai possibilitar a distribuição do jogo em escolas daquele município e a sua apresentação aos professores, para planearem atividades interdisciplinares que promovam a principal mensagem do jogo”.
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