Jovem de 17 anos, que se encontra em processo de mudança de sexo, alega ter sido vítima de ataques transfóbicos por parte de três homens em Coimbra e a PSP diz estar “empenhada” em identificar os suspeitos.
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A PSP recebeu, na segunda-feira, uma denúncia de ofensas à integridade física, que terão ocorrido pelas 22:00, na área do Parque Verde, com a vítima a dizer que foi agredida por três homens, com cerca de 40 anos, disse hoje o Comando da PSP de Coimbra.
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A informação explica ainda que a vítima teve necessidade de “tratamento hospitalar e que foi notificada para comparecer no Instituto de Medicina Legal com o propósito de ser submetida a exames forenses”.
Jovem disse a Notícias de Coimbra que compareceu hoje à tarde no INMCF, mas não foi atendido por causa da greve dos médicos.
A vítima, a fazer o processo de transição de rapariga para rapaz no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), referiu que as ameaças e injúrias começaram na rede social Instagram, assim que assumiu o processo de mudança de sexo.
Posteriormente, alguém apoderou-se da sua conta naquela rede social e teve que criar uma conta nova, disse.
No sábado, surgiram os primeiros ataques, no Parque Verde, às 16:30, quando três homens o atacaram.
A jovem contou a Notícias de Coimbra “que ligaram-me em privado e disseram para olhar para trás e eu olhei para trás e os três indivíduos começaram a bater-me e a dizer que eu era uma vergonha para sociedade e merecia morrer”.
“Fiquei com dois olhos negros, uma costela dorida e o nariz também”, refere, salientando que os ataques apenas acabaram quando surgiram duas raparigas que vieram em sua defesa.
Na altura, não apresentou queixa por medo, face às ameaças que recebeu dos atacantes, que segundo a jovem, a tentaram violar.
De acordo com a alegada vítima, na segunda-feira, quando ia a caminho da casa da irmã, na zona do Parque Verde, voltou a confrontar-se com os três indivíduos que voltaram a bater-lhe e cuspiram-lhe para a cara, enquanto diziam: “És uma vergonha para a sociedade. Vais morrer”.
Neste segundo ataque, os atacantes ainda lhe puxaram as calças para baixo, mas surgiram dois rapazes que estavam a correr naquela zona e que acabaram por chamar a polícia.
“Sempre me senti rapaz, a minha mãe sempre me aceitou. Ao longo destes tempos tenho sido humilhada e gozada”, lamentou a jovem, que não desistir da sua opção, apesar de se sentir perseguida.
“Vocês têm que deixar o pessoal ser feliz. Eles são como são. Porque é vocês são contras as pessoas. E se fossem vossos filhos? Vocês batiam a eles? Rejeitavam-nos? Respeitem, pede a jovem.
“Nunca pensei que isto pudesse acontecer em Coimbra. Pensava que Coimbra era uma cidade aberta, mas afinal ainda há muitos preconceitos”, contou à Lusa a irmã da vítima.
“Estamos empenhados no sentido de identificar os suspeitos do crime”, promete o Comando da PSP de Coimbra.
Veja o vídeo com a entrevista em Direto NDC:
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