Crimes
Jovem que esfaqueou colegas em escola de Massamá permanece em regime fechado em Coimbra
O Tribunal de Sintra determinou hoje que o jovem que esfaqueou quatro pessoas numa escola em Massamá vai continuar em regime fechado no centro educativo onde foi internado, em Coimbra, mas vai retomar as aulas.
O jovem, indiciado por crimes de terrorismo e tentativa de homicídio, foi hoje ouvido no Tribunal de Menores de Sintra durante mais de sete horas e, segundo o seu advogado, Pedro Proença, o tribunal determinou que um professor irá acompanhar o menor, que pretende realizar os exames do 11º ano.
“A Direção Regional de Educação do Centro vai disponibilizar um professor para que o menor possa retomar as aulas. Ele tem tido um comportamento exemplar. Vai permanecer em regime fechado e as aulas vão ser lecionadas no estabelecimento”, disse o advogado à agência Lusa.
Segundo Pedro Proença, apesar de ser sua intenção e dos pais solicitar ao juiz a transferência do menor para uma clínica privada, essa “ideia foi colocada de parte” porque “está a ser feito um trabalho muito positivo” de acompanhamento psicológico no centro educativo onde foi internado.
“Ele foi ouvido até à exaustão. Há sinais muito positivos, esteve mais solto, colaborador e comunicativo e reiterou a história [de que era vítima de ‘bullying’], que era discriminado e gozado pelos colegas”, afirmou o advogado.
O causídico adiantou que o jovem deverá ser ouvido novamente pelo tribunal em janeiro, mês em que perfazem os 90 dias após os crimes praticados na Escola Secundária Stuart de Carvalhais, em Massamá.
A 15 de outubro, o Tribunal de Família e Menores de Sintra ordenou o internamento compulsivo do menor numa instituição em Coimbra, para receber acompanhamento psiquiátrico.
No dia anterior, o jovem, com duas facas de cozinha e um ‘spray’ de gás pimenta na mochila, segundo a PSP, terá feito explodir um ‘very light’ num dos pavilhões da Escola Secundária Stuart Carvalhais, provocando a saída dos alunos das aulas e começando a esfaqueá-los.
Segundo informação policial, o jovem, de 15 anos, que acabou por esfaquear três colegas e uma funcionária, pretendia “imitar um massacre e matar, pelo menos, 60 pessoas”, de acordo com uma folha A4 que se encontrava na mochila do menor quando este foi detido.
O suspeito referiu às autoridades que pretendia “imitar um massacre”, dando como exemplo os casos do Instituto de Columbine e o da escola primária Sandy Hook (ambos nos Estados Unidos da América), e que o plano terminaria com a sua “fuga e suicídio”.
Na ocasião, questionado pela agência Lusa sobre este alegado plano, o advogado do jovem afirmou que “é extremamente rebuscado e quase uma infantilidade acreditar que aquele esboço permitiria alguma vez concretizar uma espécie de massacre à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos”.
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