“Isto não vai lá com mezinhas”
O antigo secretário de Estado do Ensino Superior José Reis alertou hoje que o debate sobre o território e sobre o interior não está ganho e que é preciso fazer um esforço nesse sentido.
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“Cabeças bem organizadas são um ativo muito importante para também organizarmos o país e organizarmos bem”, afirmou o antigo secretário de Estado e professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na segunda conferência do Movimento pelo Interior (MPI), que decorre na Covilhã, distrito de Castelo Branco.
José Reis disse que se interroga, muitas vezes, com o facto de “coisas tão óbvias” serem trazidas para o debate público.
Contudo, concluiu que, na verdade, é preciso trazer certas coisas para esse debate, porque há a necessidade de moldar alguns pensamentos.
“O que turvou as ideias, foi o facto de que o trabalho não tem valor e pode ser usado a qualquer preço e, se possível, até de borla. Esta foi uma das ideias mais turbulentas que ensombraram o país”, disse.
O antigo secretário de Estado sublinhou ainda que se ganhou “uma profunda ignorância” do território.
“Passou a assumir-se que é um fardo que temos que carregar e, por isso, o território existe, mas como paisagem, turismo e gastronomia. Temos que combater essa enorme ignorância e essa turbulência que afetou as cabeças”, frisou.
José Reis disse que concorda com os três pilares definidos pelo MPI e adiantou que são precisas medidas radicais para alterar a situação a que o país chegou: “Isto não vai lá com mezinhas”.
Durante o debate aberto ao público, um dos factos que foi realçado foi a ausência dos deputados eleitos pelo círculo de Castelo Branco.
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