Coimbra

José Manuel Silva “não pode cometer a indignidade de colocar Coimbra no mapa como cidade anti-aborto”

Notícias de Coimbra | 4 dias atrás em 27-06-2024


A proposta votada na reunião do executivo camarário, no sentido da atribuição da Medalha de Mérito Solidariedade Social da Cidade à Associação de Defesa e Apoio à Vida (ADAV) foi um dos assuntos que esteve em cima da mesa na Assembleia Municipal de Coimbra, desta quinta-feira, 27 de junho.

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No período dedicado ao público, a cidadã Catarina Caldeira Martins sublinhou que acredita estar “a dar voz à profunda indignação de um concelho que não se revê na ideologia e nas práticas de uma associação que combate o direito ao aborto”, avançando que “este foi assegurado às mulheres portuguesas em 2007, na sequência de um referendo em que Coimbra votou maioritariamente pelo sim”.

Para a professora universitária, que se desfiliou do Bloco de Esquerda, “trata-se de uma conquista civilizacional fundamental, que se tenta salvaguardar face à agenda anti-aborto da extrema-direita internacional”, reforçando que “esta agenda coincide totalmente com a da ADAV”.

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“Também sabemos que é o que defende o presidente da Câmara, cujas posições anti-aborto e anti-eutanásia são conhecidas. Porém, é inaceitável e indigno que vincule a cidade inteira a esta ideologia, através de uma condecoração que é do município”, frisou.

“Ao contrário do que a vereadora da Ação Social e o presidente da Câmara tentaram fazer crer na reunião de câmara, a ADAV não faz meramente ação social, com uma posição ideológica a que tem direito. Nem se assemelha a outros organismos de ação social que partilham o mesmo ponto de vista relativamente à questão do aborto, nomeadamente as de orientação religiosa católica”.

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A conimbricense acrescentou que a “atividade da ADAV serve, de facto, propósitos de indoutrinação” e por isso “ao condecorá-la, a cidade de Coimbra legitimaria e reforçaria a dimensão de doutrinação política da ADAV, inaceitável numa associação de ação social”.

Catarina Caldeira Martins questionou: “Pode a cidade de Coimbra condecorar uma associação antidemocrática que trata como criminosas, a priori, as mulheres que sequer cogitam uma escolha? Pode uma cidade legitimar esta promoção de ideologia, em particular sobre pessoas vulneráveis como jovens, mulheres violadas e adolescentes grávidas, sem lhes reconhecer o principal direito de cidadania, que é o direito à escolha do seu próprio projeto de vida?”.

A munícipe termina frisando que José Manuel Silva “não pode cometer a indignidade de colocar Coimbra no mapa como cidade anti-aborto, contrária ao direito das mulheres a uma maternidade escolhida, livre e segura”.

(Em atualização)

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