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Jornadas de Cultura Popular regressam a Coimbra com duas semanas de festa
As XVIII Jornadas de Cultura Popular começam no dia 23 com a estreia do mais recente espetáculo do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC), que inclui teatro, música e dança.
Encenado pelo GEFAC, “Como faz a primavera” representa “uma viagem de respostas onde as memórias são veículo”, com a possibilidade de “regresso a um presente ressignificado pelo tempo e pela festa”.
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“A partir daqui, a viagem é deles e nossa, para nos lembrarmos dos sentidos e das relações”, afirmaram hoje os organizadores das Jornadas de Cultura Popular, subordinadas ao tema “Festa, ritos e gentes”, numa conferência de imprensa realizada no Grémio Operário, uma coletividade centenária da Alta de Coimbra.
Além de espetáculos diversos, a iniciativa, que se prolonga até 08 de maio, inclui bailes, cinema, jogos, um programa infantil, uma exposição de fotografia e duas conversas com oradores convidados, subordinadas aos temas “A festa e o Estado Novo” (24 de abril) e “Ritos e gentes” (06 de maio).
Na primeira conversa, no Ateneu de Coimbra, Vera Marques Alves e João Curto abordam “a repressão da festa durante a ditadura” no âmbito das comemorações dos 48 anos da revolução do 25 de Abril, enquanto a segunda, com intervenções de Paula Godinho, António Nóbrega e João Leal, no bar Liquidâmbar, “interliga Portugal, a Galiza e o nordeste do Brasil, procurando a festa e a cultura popular como pontos de encontro” dos três territórios.
Na abertura das Jornadas, no Teatro Académico de Gil Vicente, no dia 23, às 21:30, o GEFAC interpreta “uma crise que ecoa através dos gestos e do corpo” e em que coexistem “duas figuras diferentes no mesmo tempo”, segundo uma síntese do trabalho distribuída aos jornalistas.
A apresentação do programa contou com diferentes intervenções de quatro jovens responsáveis do GEFAC: Mariana Morais, Saulo Oliveira, João Santos e João Monteiro.
“Os espetadores serão convidados a assistir em palco a três distintas expressões de festa”, disseram, no encontro com os jornalistas.
Trata-se dos espetáculos “Como faz a primavera” e “Mestiço Florilégio”, do artista brasileiro Antônio Nóbrega, e de um concerto de apresentação de “Bem Bonda”, o novo álbum da Criatura, com a participação do Coro dos Anjos.
“A festa é também uma atividade lúdica essencial, como escape da rotina e do trabalho, momentos de exceção que são de alegria por excelência. Neste sentido, surge a dança na nossa programação”, de acordo com os promotores.
Na sede da coletividade Tricanas de Coimbra, na Baixa da cidade, “haverá um baile mandado que atravessa o território galaico-português”, orientado por Mercedes Prieto e Sergio Cobos, além de uma oficina de danças tradicionais brasileiras, guiada por Rosane Almeida.
O programa infantil inclui uma sessão de teatro de marionetas, (“Bzzzoira Moira”, pela companhia Mandrágora), uma oficina de percussão (“Per(c)urtir”, de Vânia Couto, da associação Catrapum Catrapeia) e uma tarde de jogos tradicionais a cargo de Jogos do Hélder.
O mini auditório Salgado Zenha, da Associação Académica de Coimbra, acolhe uma sessão de cinema “focada nas festas de inverno” de Trás-os-Montes.
Ao longo da quinzena, o público pode apreciar a exposição “Rituais do corpo e da alma”, na zona do Quebra Costas, “através da perspetiva e experiência dos fotógrafos” Egídio Santos e Arnaldo Carvalho sobre ritos e festas da Península Ibérica.
As Jornadas de Cultura Popular são “um dos principais eventos do GEFAC” e têm proporcionado à cidade de Coimbra, desde 1979, “múltiplos momentos de reflexão sobre a cultura popular, através de diversas atividades”.
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