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Jogo de segredos com Coldplay no Cidade de Coimbra
A realização dos quatro concertos dos Coldplay em Coimbra continua a ser motivo de querela política entre a maioria liderada por José Manuel Silva e a vereadora socialista Regina Bento. A dúvida suscitada pela autarca da oposição de que o apoio dado pela autarquia teria sido usado para financiar a Académica/OAF levou o presidente a desafiá-la a apresentar queixa no Ministério Público.
Uma dezena de meses depois dos quatro concertos da banda britânica Coldplay no Estádio Cidade de Coimbra, o tema ainda continua a ser alvo de controvérsia entre a maioria da coligação Juntos Somos Coimbra e a oposição socialista.
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Esta segunda-feira, 8 de janeiro, o assunto voltou à baila no período antes da Ordem do Dia da reunião do executivo municipal. Regina Bento, autarca socialista, solicitou a entrega do relatório, ao mesmo tempo que chamou a atenção para o apoio financeiro aprovado em abril de 2023 o qual, no seu entender, podia significar o “financiamento municipal de um clube de futebol por interposta entidade?!”.
A dúvida surgiu após a divulgação do relatório de gestão do Estádio Cidade de Coimbra por parte da Académica/OAF. Nesse documento, é dito que a promotora Everything is New pagou 300 mil euros à Briosa pela utilização do Estádio Cidade de Coimbra.
“Sabendo que o número 2 do artigo 46º da Lei 5/2007, de 16 de janeiro (Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto) proíbe que os clubes desportivos participantes em competições desportivas de natureza profissional não podem beneficiar, de apoios ou comparticipações financeiras por parte do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, sob qualquer forma, poderemos estar aqui numa situação de grande fragilidade legal que carece de clarificação urgente”, afirmou.
Perante esta situação, Regina Bento alertou o líder do munícipio para o facto deste “tipo de situações” poderem levar à “perda de mandato!”.
Do lado da maioria, o vice-presidente Francisco Veiga não quis responder à declaração de Regina Bento. No seu entender, “o dossiê Coldplay está fechado”. “A única coisa que lhe posso dizer é que foi o maior evento que alguma vez se realizou em Coimbra, foi o melhor evento da área realizado em 2023. Tudo o resto faz parte de uma narrativa para a qual eu não vou querer participar. Recomendo apenas que leia o protocolo assinado entre as 3 partes, nomeadamente para a alínea t da cláusula 4ª e que prevê que a Everything is New e a Académica/OAF possam elas próprias estabelecer um acordo e foi o que aconteceu”, disse.
“Relativamente à insinuação sobre o financiamento municipal encapotado à Associação Académica de Coimbra/OAF, esperamos que apresente a respetiva queixa junto do Ministério Público, porque sabemos que é especialista em insinuações. Espero que desta insinuação seja feita uma queixa para que as entidades próprias façam o respetivo escrutínio e não fique a dúvida na cabeça de ninguém. Gosta de lançar dúvidas? O desafio que lhe deixamos é que apresente as respetivas queixas às entidades judiciárias”, referiu José Manuel Silva,
Refira-se que este tema tem sido alvo de alguma controvérsia. O acordo financeiro com a Everything is New, no valor de 440 mil euros, foi o primeiro momento. Um valor que, na altura, o município justificou como sendo uma peça fundamental” na preparação dos concertos da banda britânica Coldplay no estádio conimbricense.
Recordamos que a Everything is New tinha ficado responsável pela melhoria da infraestrutura e obras necessárias para dotarem o Estádio Cidade de Coimbra das condições para acolher os concertos dos Coldplay, tendo investido, segundo o vice-presidente da Câmara de Coimbra, Francisco Veiga, m total de 545 mil euros.
Sobre gastos feitos pela Everything is New no estádio, o poder local continua a esconder o relatório e não quer revelar quais os investimentos concretos realizados pela empresa de Álvaro Covões.
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