Partidos
Joe Berardo “na ementa” de Jantar do CDS em Coimbra
O empresário Joe Berardo foi esta noite “convidado” ausente do jantar de campanha europeia do CDS, onde foi alvo de críticas e ironias do “número um” da lista, Nuno Melo, e da vice do partido Cecília Meireles.
Três dias depois de ter dito, a rir, na comissão de inquérito à CGD, no parlamento, que não tinha dívidas, Cecília Meireles, uma das deputadas que interrogou Berardo, afirmou que aquelas afirmações são “uma desfaçatez completa” e “um desrespeito pelos portugueses”.
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O empresário Berardo foi ainda utilizado pela deputada do CDS para tentar desmontar uma das heranças reclamadas pela “geringonça” (o Governo do PS com o apoio das “esquerdas encostadas”), ou seja resolver “os problemas da banca” e “pôr muito dinheiro dos impostos de todos” nos bancos.
E, tal como Nuno Melo já fizera, apontou ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, que o CDS culpa pela “bancarrota do país” em 2011, à frente de um Governo do PS, em que o atual chefe do executivo participou.
“Na origem dos problemas da banca e dos bancos lá encontramos a herança do ex-primeiro-minstro José Sócrates”, afirmou, acrescentando que os “créditos mais problemáticos” para a Caixa foram feitos nos anos em que o Governo era chefiado por Sócrates.
Se a coleção Berardo está hoje exposta no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, deve-se a “um protocolo com o Estado”, assinado nos tempos de Governo do PS.
“Lá encontramos José Sócrates”, afirmou.
Mas António Costa também foi incluído nos ataques da deputada e vice-presidente centrista, dado que esse protocolo foi renovado em 2016, já durante o mandato do atual executivo.
O CDS promete, agora, continuar a fazer perguntas para que o Governo diga se conhecia que as obras da Coleção Berardo “tinham sido usadas para ludibriar os bancos”.
A deixa para o discurso de Cecília Meireles tinha sido dada, minutos antes, por Nuno Melo, que, mais uma vez, usou o nome de Sócrates, citando frase de Joe Berardo sobre o antigo secretário-geral do PS.
O eurodeputado leu várias frases de Berardo sobre Sócrates, de 2007, como: “Portugal precisa de um primeiro-ministro como José Sócrates para dar uma reviravolta ao país” ou “Sócrates tentou fazer alguma coisa pelo país, mas foi crucificado.”
“Que diríamos nós que pagamos 350 milhões de dívida enquanto Joe Berardo no parlamento, sorri, [e] diz que não deve nada a ninguém”, afirmou Nuno Melo.
O empresário madeirense foi ouvido no parlamento na sexta-feira, onde disse que é “claro” que não tem dívidas, e confirmou que a garantia que os bancos têm é da Associação Coleção Berardo, e não das obras de arte.
Joe Berardo esclareceu que a garantia dada à CGD são os títulos da Associação Coleção Berardo e não das obras de arte em si.
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