Política
João Ferreira defende gestão de proximidade nas pescas
O cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, João Ferreira, defendeu hoje uma gestão de proximidade nas artes de pesca tradicionais, envolvendo o setor na definição das políticas a aplicar no terreno.
É fundamental que uma politíca de pescas, para cumprir os seus objetivos, assente numa gestão de proximidade que seja capaz de reconhecer as especificidades de cada local, de cada arte, de cada frota”, disse João Ferreira à agência Lusa na praia da Tocha, Cantanhede, onde reuniu com pescadores das artes xávega e majoeira.
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O eurodeputado comunista adiantou que “não é isso” que hoje acontece: “temos uma gestão de pescas excessivamente centralizada, em muita coisa nem é no país, é em Bruxelas, que não permite que a enorme diversidade que caracteriza as pescas nacionais seja devidamente tida em conta”.
A centralização da política de pescas na União Europeia leva, segundo João Ferreira, a orientações “desfasadas da realidade” e resultados “contrários” àqueles que a legislação pretende alcançar.
Para além da gestão de proximidade, o cabeça de lista da CDU às eleições europeias de 25 de maio defendeu uma gestão apoiada no conhecimento cientifico.
“Não é possível termos uma politica de pescas séria e gestão eficaz com a desarticulação da capacidade aos nível dos laboratórios do Estado. É preciso permitir que os investigadores e cientistas desta área trabalhem junto com as comunidades costeiras, para conhecerem os impactos das diferentes artes e a situação dos recursos”, argumentou.
Adiantou que a situação dos recursos nacionais é hoje “em larga medida desconhecida” já que os laboratórios estatais “não têm meios” de investigação.
Antes da visita à praia da Tocha, João Ferreira reuniu nas instalações da Docapesca da Figueira da Foz com o assoreamento da barra do porto comercial na agenda.
“O grande problema, o grande garrote ao desenvolvimento da atividade da pesca [na Figueira da Foz] são, de facto, as condições da barra. Precisamos de um conjunto de intervenções que, muito provavelmente, têm de ir além das dragagens, necessitamos de intervenções de caráter mais estrutural nos molhes que permitam condições de operação para a frota pesqueira que hoje não existem”, frisou.
De acordo com o eurodeputado da CDU a atividade piscatória na Figueira da Foz, “um dos portos mais importantes do país, em termos de volume e valor do pescado desembarcado”, está, nos dias de hoje “seriamente comprometida” pelas condições da barra.
“A maioria dos dias a barra tem estado condicionada ou fechada. É preciso uma intervenção estrutural para garantir condições de operacionalidade para a frota pesqueira”, reafirmou.
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