Cinema

João Botelho está a filmar “O ano da morte de Ricardo Reis” em Coimbra

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 06-04-2019

O realizador João Botelho está a filmar a adaptação do romance “O ano da morte de Ricardo Reis”, de José Saramago, no Hotel Astória, em Coimbra.

 

Esta manhã, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, cumprimentou o realizador e o produtor, Alexandre Oliveira.

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Já durante a tarde de ontem, a vereadora da Cultura, Carina Gomes, acompanhou a rodagem de algumas cenas do filme, que tem um elenco encabeçado pelo ator brasileiro Chico Diaz e integra ainda Luís Lima Barreto, Catarina Wallenstein, Victoria Guerra, João Barbosa, Rui Morrison e Rui Mestre Amaro. Para além do realizador, do produtor e de alguns atores.

Carina Gomes cumprimentou ainda Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago e viúva do Nobel da Literatura, que também visitou durante a tarde a rodagem do filme.

João Botelho volta a adaptar uma obra da literatura portuguesa e ao mesmo tempo regressa ao universo de Fernando Pessoa, dois campos que têm feito parte da cinematografia do realizador.

“José Saramago escreveu romances notáveis, criou personagens inesquecívies e tratou como ninguém a língua portuguesa, sim, essa que nos une a todos, a que nos faz Pátria, como inventou num admirável texto, Fernando Pessoa”, afirmou João Botelho na nota de intenções, admitindo que ficou “irremediavelmente atingido no cérebro e no coração” por este romance do Nobel da Literatura.

Publicado em 1984 – há 35 anos, portanto -, “O ano da morte de Ricardo Reis” passa-se em Lisboa em 1935, quando o médico Ricardo Reis regressa a Portugal depois de estado mais de uma década exilado no Brasil.

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“Para estar à altura deste notável romance de realismo fantástico, decidi filmar a preto e branco, para a verosimilhança e a clareza das luzes, das sombras, dos vários cinzentos onde os personagens se vão mover, aflitos ou entusiasmados. (…) Nos planos finais uma explosão de cores deve permitir transportar o espectador para os tempos contemporâneos”, sublinha João Botelho.

Na edição de março da revista digital Blimunda, da Fundação José Saramago, o editorial é dedicado ao romance e ao filme e nele se recorda que Saramago “coloca Ricardo Reis a caminhar por Lisboa e a dialogar com o fantasma de Pessoa enquanto o mundo se encontra à beira do início da Segunda Guerra Mundial e assiste ao início da Guerra Civil de Espanha”.

Antes de entrar na obra de Saramago, João Botelho já adaptou, inspirou-se ou fez versões cinematográficas de obras literárias de autores como Agustina Bessa-Luís (“A corte do norte”), de Fernando Pessoa (“Filme do desassossego”), Fernão Mendes Pinto (“Peregrinação”) e Eça de Queirós (“Os Maias”).

A obra literária de José Saramago também já teve anteriores adaptações para cinema, como “A jangada de pedra”, de George Sluizer, “O homem duplicado”, de Denis Villneuve, e “Ensaio sobre a cegueira”, de Fernando Meirelles.

Segundo a Blimunda, o filme, que conta com apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual e do Instituto de História Contemporânea, deverá ficar concluído no final deste ano.

 

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