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Jerónimo de Sousa garante que Ideia de pós-troika é apenas uma frase publicitária

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 02-05-2014

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje, em Coimbra que a “ideia de pós-troika é apenas uma frase publicitária”, pois “a política de austeridade” vai continuar.

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“Essa ideia de pós-troika é apenas uma frase publicitária porque, como sabemos”, as atuais “políticas vão continuar” e, portanto, “não há fim nenhum – isto só terá fim com o fim deste Governo, portanto, com uma política diferente”, sustentou o líder comunista.

“Aliás o próprio FMI [Fundo Monetário Internacional] e a União Europeia” já disseram que “é preciso continuar o rigor, é preciso continuar a alterar a legislação laboral, é preciso continuar a política de austeridade e, nesse sentido, não há fim nenhum”, afirmou Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas, em Coimbra, ao final da tarde de hoje, à margem de uma ação de “contacto com a população e comerciantes” da Baixa da cidade.

A 12.ª avaliação da troika, “ao contrário do que o senhor ministro Paulo Portas” afirma não é “o fim do protetorado”, defendeu.

Para Jerónimo de Sousa, Portugal não terá uma “saída sem rede” do programa de assistência económica e financeira.

“Chamem-lhe [saída] cautelar, limpa ou à irlandesa, chamem-lhe o que quiserem”, disse Jerónimo de Sousa, frisando que “o próprio tratado orçamental a que o PS, o PSD e o CDS vincularam o nosso país comporta em si mesmo a alienação de parcelas da nossa soberania, designadamente no plano económico e no plano social”.

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No essencial, “a política económica e a política social” vão continuar, “como, aliás, está referido no documento de estratégia orçamental (DEO)”, no qual “está claramente aquilo que aparentemente era provisório, temporário, e para este Governo passou a definitivo”, em relação às reformas, às pensões, aos cortes salariais e “ao que mais se verá”.

“Nós temos uma profunda inquietação” também relativamente à “questão dos serviços públicos, no plano da educação, no plano da saúde”, que serão sujeitos a uma “brutalidade de cortes”, que o Governo “por enquanto ainda não especifica”, nem diz “onde vão ser aplicados”, frisou o secretário-geral do PCP.

“Sabemos que vem aí mais pancada” e “é nesse sentido que consideramos que isso de período pós-troika não existe”, sublinhou.

Ao fim destes três anos de presença da ‘troika’ em Portugal, “é evidente que alguém teve sucesso: o capital financeiro e os grandes grupos económicos”, salientou Jerónimo de Sousa, considerando que durante este período foi praticada uma “política de terra queimada”, que fez com que o país esteja “mais empobrecido, com mais exploração e com mais injustiça”.

Portugal continua a ter “uma dívida insustentável e impagável”, não “venham apresentar isso como um sucesso”, apelou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP participa esta noite num jantar/comício em Soure.

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