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Jerónimo de Sousa apela à recuperação do sentido “democrático, universal e solidário” do SNS

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 01-07-2021

O secretário-geral do PCP apelou hoje à recuperação do sentido “democrático, universal e solidário” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), insistindo que atualmente “uma das poucas certezas” sobre a pandemia é que a “solução mais sólida” é a vacinação.

Jerónimo de Sousa participou esta manhã numa tribuna pública, sob o lema “Mais SNS, mais e melhor Saúde”, em frente ao Centro de Saúde de Algueirão – Mem Martins, concelho de Sintra, inaugurado no passado dia 25 de abril pelo primeiro-ministro, António Costa.

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Para o secretário-geral dos comunistas, as medidas de combate à pandemia “não podem estar dependentes apenas de critérios epidemiológicos, em que pequenas oscilações em relação ao número de incidências determinam o confinamento, o desconfinamento e o volta a confinar, numa sucessão de opções erradas que estão a criar grandes dificuldades nos planos económico e social”, quando “hoje uma das poucas certezas existentes sobre a epidemia e a sua evolução é que a solução mais sólida e mais eficaz no combate à doença é a vacinação”.

“E por isso perguntamos: como é possível que no atual quadro epidémico, em que a intervenção prioritária deve ser no sentido de garantir a segurança sanitária do povo português, objetivo no qual a vacinação assume um papel decisivo, a União Europeia e o Governo português mantenham uma postura de rejeição à aquisição diversificada de outras vacinas já reconhecidas pela OMS [Organização Mundial de Saúde], o que está a fazer com que o processo de vacinação esteja a acumular sucessivos atrasos?”, questionou.

Jerónimo insistiu na necessidade de “vacinar todos e rapidamente”, na testagem e rastreio, medidas que “reclamam do Governo, para além da aquisição de outras vacinas, a contratação de mais profissionais com o objetivo de permitir o pleno funcionamento dos centros de vacinação existentes e de outros a criar”, bem como “a contratação de mais profissionais dos mais de 500 em falta na estrutura de saúde pública a fim de garantir o rastreio de novos casos”.

“Defender o SNS é inverter esse caminho que tem sido seguido, recuperando o sentido democrático, universal e solidário da sua matriz original”, sustentou.

Para o líder do PCP, o “continuado ataque promovido por sucessivos governos PS, PSD e CDS ao SNS, tem assumido formas muito diversas de subfinanciamento, descoordenação, fragmentação e privatização de serviços e unidades”, resultando na “perda de direitos e garantias” dos profissionais de saúde, o aumento de custos ou o agravamento de doenças crónicas, problemas que se intensificaram com a covid-19.

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É assim necessário, para o PCP, “uma aposta forte nos cuidados de saúde primários, a porta de entrada para o SNS”.

Jerónimo de Sousa apontou ainda que “a questão da despesa pública com a saúde não se resolve com a municipalização da gestão dos centros de saúde, que mais tarde ou mais cedo passarão para as mãos dos grupos económicos da saúde que há muito aspiram a ter uma rede de cuidados primários que encaminhe doentes para as suas unidades hospitalares”.

No SNS que o PCP defende, “a Administração Pública assume ao mesmo tempo a função prestadora de cuidados e a função financiadora e reguladora, o que permite o planeamento orientado para as necessidades reais das populações e não, como defendem os arautos da política de direita, que defendem um sistema de saúde em que os custos, na perspetiva da maximização do lucro, devem ser limitados ao mínimo básico”, vincou.

A nível local, Jerónimo lamentou que “depois de uma década de uma gestão danosa do interesse público e das populações dos dois concelhos, por parte do Grupo Mello, do Hospital Fernando da Fonseca” o Governo venha “com uma solução de um hospital com 60 camas que não resolve nenhum dos bloqueios há muito conhecidos no Amadora/Sintra, decisão contrária à que o Plano Diretor da Área Metropolitana de Lisboa apontava, de um hospital de 300 camas, o que vem confirmar que nesta decisão esteve presente sobretudo o interesse dos grupos económicos”.

Presente na sessão, o candidato da CDU (Coligação Democrática Unitária) à Câmara Municipal de Sintra, Pedro Ventura, salientou que a pandemia veio agravar a procura de cuidados de saúde e por isso, “impõe-se que seja imediatamente construído um hospital em Sintra com mais de 300 camas de internamento”, criticando a “inoperância por parte do Governo” e as “promessas sucessivas” em vários atos eleitorais.

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