Governo
Jaime Soares quer agência para estudar papel dos bombeiros no contexto da proteção civil
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defendeu hoje a criação de uma agência que estude o papel dos bombeiros no contexto da proteção civil em Portugal, para saber qual o caminho que se pretende para os voluntários.
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Em declarações à agência Lusa, o presidente da LBP afirmou que a criação desta agência já foi proposta ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e surge após a divulgação, na terça-feira, do primeiro relatório do Observatório Técnico Independente para os incêndios florestais criado pela Assembleia da República.
“Pedimos ao ministro a criação da agência para o estudo do papel dos bombeiros no contexto da proteção civil em Portugal para se saber o que somos, o que fazemos e o que vamos fazer”, disse Jaime Marta Soares.
O presidente da LBP adiantou que é essencial um documento que defina um plano estratégico para se saber qual “o caminho a seguir” pelos bombeiros voluntários.
Jaime Marta Soares contestou o relatório do Observatório Técnico Independente, considerando que é “inconclusivo” e “intelectualmente desonesto”.
“Não é rigoroso, é corporativista e não é isento porque se baseia no lobby da AGIF [Agência Integrada de Fogos Rurais], essa toda poderosa agência”, disse, classificando os especialistas que fazem parte do Observatório como “treinadores de bancada”.
No relatório, o Observatório Técnico Independente considera que “a base da organização do socorro em Portugal, assente no modelo atual de voluntariado, está a abrir brechas e apresenta enormes fragilidades”, com muitos corpos de bombeiros em apuros para dar resposta às emergências.
Salientando que o voluntariado “não está, nem poderia estar em causa”, o Observatório defende que este ainda se pode “revigorar e reinventar”, devendo evitar-se “valorizar as qualidades e esquecer os defeitos” de um setor “que se fez a si próprio, por demissão do Estado durante vários anos”.
Deve haver “um programa nacional de promoção e incentivo ao voluntariado nos corpos de bombeiros voluntários”, profissão que deve ser classificada de risco, considera também este observatório.
Jaime Marta Soares refutou estas conclusões, referindo que 98% do socorro em Portugal é feito pelos bombeiros voluntários.
“Tem um conjunto de situações que não nos leva a parte nenhuma e é mais um relatório para as prateleiras da biblioteca da Assembleia da República”, disse ainda.
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