Coimbra

Já pode “trocar ou vender” os seus dados biométricos em Coimbra

Notícias de Coimbra | 1 dia atrás em 01-04-2025

A rede de humanos reais abriu um “quiosque” em Coimbra.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

Um ano depois de ter fechado portas no número 172 da rua Simões de Castro em Coimbra, a Worldcoin deu origem à World e reabriu no mesmo espaço. Mas deixou de ter qualquer referência no exterior junto à rotunda da Cindazunda.

PUBLICIDADE

Recorde-se que, em 2024, a loja esteve de portas abertas poucos dias, já que foi suspensa a recolha de dados biométricos da íris e rosto realizada pela Worldcoin Foundation para salvaguardar o direito à proteção de dados pessoais, especialmente de menores.

A decisão foi comunicada pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e deveu-se ao facto de terem sido efetuadas junto desta comissão “largas dezenas de participações” dando conta da “recolha de dados de menores de idade sem a autorização dos pais ou outros representantes legais, bem como de deficiências na informação prestada aos titulares, na impossibilidade de apagar os dados ou revogar o consentimento”.

Esta proibição terminou em julho do ano passado, altura em que a empresa decidiu retomar o seu trabalho mas antes esperou pelo aval da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).

Durante a suspensão, a Worldcoin disse que desenvolveu medidas de proteção da privacidade e segurança, para responder às preocupações das autoridades de proteção de dados, como controlos avançados para verificação da idade, a eliminação de códigos de íris antigos e a não verificação opcional World ID (incluindo a capacidade de eliminar códigos de íris).

Resolvidas as dúvidas junto da CNPD, a Worldcoin decidiu retomar o trabalho de criação da rede de humanos reais. Agora, chama-se World e o objetivo é construir essa rede baseada “numa tecnologia que verifica, de forma segura, anónima e preservando a privacidade que é um humano único na internet”.

“Não quremos saber quem és, apenas que és humano. Os teus dados são encriptados e armazenados no teu dispositivo”, referem.

O processo é simples. Basta descarregar a aplicação World para telemóvel (Android e Apple) e depois “encontrar a Orb mais próxima e inscrever-se no World ID”. Trata-se da “prova digital e anónima que confirma, de forma segura, que és um ser humano único online”.

Caso os interessados concordem com o consentimento de dados biométricos, o World ID “é armazenado no telemóvel”, já que “as imagens originais da tua íris serão encriptadas de ponta a ponta e enviadas para o teu telemóvel, sendo automaticamente eliminadas da Orb”.

Se optar pela partilha de dados, a World refere que para além dos “dados de imagem serem armazenados de forma encriptada no telemóvel, isso significa que, de forma voluntária, permites que os teus dados de imagem sejam enviados para nós para que possamos melhorar o nosso sistema”. “Se quiseres, podes sempre apagar os teus dados mais tarde”, informam.

Caso não concordem com o consentimento de dados biométricos, é dito que “nenhum dado é recolhido pela Orb (dispositivo que verifica que és um humano único através da captação e processamento das imagens do rosto e dos olhos)”, bem como não receberá “o World ID totalmente verificado”. “Vais conseguir utilizar um World ID verificado apenas no dispositivo”, frisam.

Este tipo de serviço só pode ser usada por cidadãos maiores de 18 anos. Essa verificação é feita na Orb (aparelho existente nos “quiosques”), a qual irá tirar uma foto do rosto.

“Durante esse processo, um algoritmo avançado na Orb irá determinar se é, ou não, menor de idade”, referem, sendo a situação revertida caso seja apresentado o Cartão de Cidadão junto dos elementos presentes na loja.

No caso de Coimbra, estão sempre presentes dois seguranças no interior da loja, bem como alguns funcionários que têm como missão fazer a verificação do World ID ou prestar os esclarecimentos a quem ali entra.

Em 2024, quem se dirigia a estes quiosques tinha como principal “benefício” a abertura de uma conta de criptomoedas. Agora, não é referido se tal acontece a quem decidir “vender” a íris nos espaços da World.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE