Israelitas a caminho do Biocant Park em Cantanhede
“A Câmara de Cantanhede vai privatizar o maior parque de biotecnologia do país”, informou hoje o Jornal de Negócios.
Consultando as actas da Câmara de Cantanhede constatamos que o contrato Promessa de Compra e Venda e Contrato de Cessão de Exploração foi autorizado antes da eleições, mais precisamente no mês de junho.
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Está em acta da Câmara Municipal de Cantanhede que “a ABAP e a BIOCANT, na parte a que cada uma das Associações disser respeito, realizar as operações que a seguir se resumem: 1- Alienar à Green Innovation o edifício sede da ABAP e o edifício Biocant I assim como dois lotes de terreno, imóveis de que são donas e são legítimas possuidoras, pelo preço de: a) Edifício Biocant, da propriedade da Biocant, pelo preço de € 1.300.000,00 euros (um Folha N.º 111 Reunião de 20/06/2017 Ata N.º 12/2017 milhão e trezentos mil euros); b) Edifício Sede, da propriedade da ABAP, pelo preço de € 2.000.000,00 (dois milhões de euros); c) O lote 1, da propriedade da ABAP, pelo preço de € 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil euros); d) O lote 11A, da propriedade da ABAP, pelo preço de € 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil euros).
Nesta altura, João Moura acumulava a liderança do município de Cantanhede e do Biocant. Helena Teodósio, sua sucessora na autarquia local, era secretária da Assembleia Geral do Biocant.
A empresa compradora desta universalidade do Biocant é a israelita Green Innovations. Carlos Faro, que foi líder da comissão executiva deste parque até agosto de 2016, é o representante da adquirente.
Após a saída de Faro, João Moura, que em representação autarquia assumia a presidência do Biocant, passou a assumir as funções de Carlos Faro no Biocant, tendo acumulado essa função com a da presidência de Câmara Municipal de Cantanhede, de onde foi obrigado a sair devido a lei que limita os mandatos dos autarcas.
Após as eleições 2017, Helena Teodósio, que, recordamos, era Vice-Presidente da Câmara dirigida por João Moura, indicou este para cargos de Presidente dos Conselhos de Administração da ABAP e BIOCANT, “considerando a ação meritória desenvolvida aos longo dos últimos 12 anos, o profundo conhecimento do trabalho daquelas Associações e o relacionamento com toda a comunidade empresarial e universitária”, funções que este acumula com as de Presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede.
A ABAP – Associação Beira Atlântico Parque solicitou a autorização da cedência de interesse público de João Moura, docente da Universidade do Minho.
O Biocant Park encontra-se organizado em torno de duas associações privadas sem fins lucrativos – a ABAP – Associação Beira Atlântico Parque e a BIOCANT – Associação de Transferência de Tecnologia, das quais o Município de Cantanhede é o associado maioritário.
Na ata que autoriza o negócio da venda podemos que ler que “dada a relevância estratégica desta operação, que inverte de uma forma significativa o papel preponderante que o Município de Cantanhede tem tido na gestão mais direta do Biocant Park, e no sentido de melhor enquadrar este negócio, foi solicitado um parecer jurídico ao Professor Doutor Pedro Costa Gonçalves”.
Biocant Park afirma ser o primeiro parque de biotecnologia em Portugal, cujo objectivo é patrocinar, desenvolver e aplicar o conhecimento avançado na área das ciências da vida, apoiando iniciativas empresariais de elevado potencial.
Em dezembro de 2017, na última notícia publicada no site, era adiantado que a start-up de saúde digital Coimbra Genomics, empresa instalada no Biocant Park, tinha acabado de assegurar um investimento de 2,4 milhões de euros por parte do impact investor Green Innovations.
O novo Chairman da empresa, Professor Carlos Faro, acredita que “a CBRA Genomics oferece algo único. Com este investimento, esperamos realizar todo o nosso potencial e aumentar a força da nossa marca através da expansão comercial do nosso negócio. Este será o nosso principal foco estratégico e operacional para 2018.”, adianta o gestor citado pelo site.
Em setembro de 2016, citado pelo jornal local AuriNegra, Carlos Faro declarou: “O maior risco que o Prof. João Moura enfrenta é fechar o Biocant sobre si próprio. Se vencer este desafio estou certo que terá o merecido sucesso. Irá contar com todo o meu apoio”.
Agora voltam a encontrar-se, restando saber qual a preponderância secretária dos novos investidores nas entidades detentoras do Biocant, pelo que se aguardam esclarecimento da Câmara Municipal de Cantanhede.
Notícia em desenvolvimento
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