Coimbra
ISEC e Vigobloco concebem piscinas modulares para o mercado europeu
O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra – ISEC desenvolveu um modelo inovador de piscinas modulares eco-eficientes, com grande qualidade de construção e baixo custo, usando a pré-fabricação de elementos em betão. O projeto MC-Pool: Modular Concrete Pool, concebido em parceria com a Vigobloco e com o Instituto Superior Técnico (Lisboa), distingue-se também pela rapidez de construção.
Baseado num sistema de pré-paredes – que está presente, por exemplo, na extensão do aeroporto de Orly, em França, executada pela Vigobloco – a tecnologia incorporada nestas piscinas modulares torna-as competitivas, não só pelo tempo de execução, mas também pelo preço. “A pré-fabricação é uma grande vantagem e uma tendência crescente em vários países no centro da Europa, onde a mão de obra qualificada para a construção civil é escassa e, para além disso, muito cara”, afirma Filipe Saraiva, arquiteto e administrador da Vigobloco, empresa de Ourém especializada no fabrico de elementos de betão para a construção.
Segundo Hugo Costa, um dos investigadores do ISEC envolvidos no projeto, a pré-fabricação de elementos permite um maior controlo da qualidade do processo, uma execução rápida, e uma otimização das várias tarefas de produção, incluindo a reutilização dos moldes. “No caso das piscinas modulares, as pré-paredes são produzidas em fábrica e, posteriormente, transportadas para o local da obra para serem montadas e ligadas entre si através da betonagem do núcleo, sem necessidade de cofragens adicionais e com muito pouca mão de obra”, explica Hugo Costa.
“O ISEC é uma escola de engenharia que tem uma ligação genética às empresas”, afirma Mário Velindro, o presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. “Em projetos como o destas piscinas modulares, o contributo do ISEC passa por introduzir inovação em produtos que, por esse facto, se tornam mais competitivos no mercado global. A Engenharia Civil é decisiva para a competitividade e rentabilidade, tanto dos materiais de construção que são lançados no mercado, como do mercado imobiliário – e, noutro plano, do mercado das obras públicas,” afirma.
“A redução do desperdício de materiais e a facilidade em produzir peças iguais torna estas piscinas modulares muito competitivas comercialmente no mercado europeu, especialmente em Espanha e França”, afirma Filipe Saraiva, da Vigobloco. Estes são os dois países para os quais a Vigobloco direciona o maior número das suas exportações, tendo atingido em 2019 um volume global de negócios de aproximadamente 14 milhões de euros, dos quais 5,5% foram exportação. “Dada a dimensão das piscinas será viável transportar os seus componentes para qualquer país e montá-las no local, com claras vantagens para os clientes no custo final e na qualidade final da solução”.
A combinação das vantagens das piscinas pré-fabricadas em fibra de vidro (ou de outros materiais) com as das piscinas em betão armado, bem como a utilização de uma solução híbrida eco-eficiente, constituem o caráter inovador do projeto.
“Conseguimos conciliar a rapidez de execução e o baixo custo com as preocupações em melhorar o comportamento térmico e em reduzir o impacto ambiental do produto final”, afirma Ricardo do Carmo, outro investigador e docente do ISEC envolvido no projeto.
“Os dois tipos de betão utilizados – betão reforçado com fibras e betão com agregados leves – são otimizados para terem uma menor dosagem de cimento, mitigando deste modo a pegada ecológica associada à produção de cimento”, esclarece o investigador. “Em comparação com as piscinas tradicionais de betão, esta solução permite aumentar a durabilidade das paredes estruturais e conservar de forma mais eficiente a temperatura da água”.
O projeto MC-Pool: Modular Concrete Pool é cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito dos Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.
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