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Investimentos resistentes ao clima são fundamentais para África

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 12-12-2022

A vice-diretora executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Hanan Morsy, defendeu mais investimento resistente ao clima para garantir a transformação das economias africanas, num contexto económico e ambiental desafiante.

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“O desenvolvimento inteligente do ponto de vista climática em África é o único modelo de desenvolvimento que vai desbloquear o potencial do continente para atingir as suas aspirações de desenvolvimento”, disse a antiga economista-chefe do Banco Africano de Desenvolvimento, no âmbito da Conferência Económica Africana, que decorreu este fim de semana em Balaclava, nas Ilhas Maurícias, com o tema ‘Apoiar o desenvolvimento climático inteligente em África’.

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Hanan Morsy disse que as economias africanas arriscam-se a andar para trás devido aos efeitos da pandemia de covid-19, tensões políticas devido à guerra na Ucrânia e às alterações climáticas, de acordo com o comunicado enviado hoje à Lusa.

“Os países africanos são os mais vulneráveis às alterações climáticas, apesar de serem os que menos contribuem para a emissão de gases nocivos para o ambiente, e precisam de cortar enormes défices de desenvolvimento investindo substancialmente em setores chaves vulneráveis ao clima, como energia, agricultura, transportes, saneamento e cidades”, afirmou.

De acordo com o comunicado, os custos económicos de eventos climatéricos extremos em África deverão subir para 45 a 50 mil milhões de dólares (42,5 a 47,2 mil milhões de euros) até 2040, e o impacto das alterações climáticas vai custar até 70% do PIB anual de África em média até 2100, o que coloca África numa posição difícil.

“O continente precisa de biliões de dólares para colmatar os défices de investimento”, disse Morsy, apontando para 170 mil milhões de dólares (160,7 mil milhões de euros) necessários em investimentos para o desenvolvimento de infraestruturas e para os 3 biliões de dólares (2,83 biliões de euros) que são precisos para os países implementarem as suas Contribuições Determinadas a nível Nacional (NDC, na sigla em inglês), ou seja, o que se comprometeram a fazer no âmbito do Acordo de Paris.

Os países africanos, concluiu, precisam de apoio para transformar os NDC em planos de investimentos bancáveis que atraiam financiamento do setor privado e precisam, eles próprios, de melhorar as barreiras regulamentares para atrair investimentos em energias renováveis.

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