Economia
Investigadores criam algoritmo para otimizar modelo de partilha de carros
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, vão desenvolver um algoritmo para “otimizar a gestão” do modelo de partilha de carros em Portugal, revelou hoje a responsável.
“Este projeto surge com o objetivo de podemos estender o nosso conhecimento a estes modelos de ‘car sharing’, que certamente vão ter, no futuro, um impacto bastante relevante na mobilidade urbana”, disse, em declarações à Lusa, Beatriz Oliveira, investigadora do INESC TEC.
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No âmbito deste projeto, intitulado ‘Siu-SMS’ e financiado em 220 mil euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), os investigadores vão, até 2021, desenvolver “sistemas que permitam apoiar a decisão operacional”, com base nas necessidades dos utilizadores.
O sistema desenvolvido vai por isso ter em conta questões como a distribuição geográfica do parque automóvel, o número ideal de carros em distribuição e os custos de cada deslocação.
Segundo Beatriz Oliveira, todos estes fatores vão estar aliados a uma “gestão ideal” da procura e da oferta, que tem por base técnicas matemáticas e ferramentas de simulação de cenários.
“Por exemplo, o algoritmo pode utilizar a abordagem dinâmica na definição de preços, por forma a reduzir os custos de relocalização de um veículo, isto é, o custo operacional para mudar os veículos dos locais onde são deixados para outras zonas, por forma a equilibrar o sistema de partilha de carros”, explicou a investigadora.
Beatriz Oliveira adiantou que, depois de desenvolvido o algoritmo, os investigadores pretendem adaptá-lo a “diferentes tipos de cidades, sendo que, neste momento, “apenas três empresas de ‘car sharing’ operam em território nacional”.
Paralelamente, os investigadores pretendem também integrar estes sistemas “noutros modelos” de transporte, tais como o transporte intermodal de passageiros.
“Estamos já a pensar elaborar um novo projeto, em que a próxima direção será tentar integrar este sistema nas redes intermodais das próprias cidades (…), o que pode vir a ter um impacto maior, especialmente a nível ambiental”, disse a investigadora.
Segundo a responsável, “com a maior consciencialização sobre as mudanças climáticas e crescente incerteza sobre o preço dos combustíveis, os sistemas de partilha de carros provavelmente receberão ainda mais atenção nos próximos anos”.
Além de investigadores do INESC TEC, colaboram também neste projeto investigadores e docentes da Universidade de Coimbra.
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