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Instagram esconde publicações que mencionam aborto
A rede social Instagram está a esconder publicações que mencionam o aborto, e a exigir, em alguns casos, a confirmação pelos utilizadores de que são adultos antes de permitir a visualização.
Na terça-feira, as publicações de várias contas do Instagram administradas por grupos de defesa do direito ao aborto passaram a estar ocultas atrás de um aviso de “conteúdo sensível”.
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Um texto intitulado “Aborto na América, como ajudar”, publicado numa página com mais de 25 mil seguidores, recebeu um aviso do Instagram, sobre “conteúdo gráfico ou violento”.
A publicação incentivava os seguidores da página a doar dinheiro a organizações de aborto e a protestar contra a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de revogar o direito constitucional ao aborto, tomada na sexta-feira.
O Instagram disse estar a corrigir o problema, que descreveu como um erro de programação, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).
Um porta-voz da Meta Platforms Inc., proprietária do Instagram, disse num e-mail que a empresa não impõe restrições de idade ao conteúdo sobre aborto.
A empresa admitiu, numa publicação na rede social Twitter, que “pessoas em todo o mundo” estavam a ver “’ecrãs de sensibilidade’ em diferentes conteúdos quando não deviam”.
A AP avançou também que tanto o Instagram como o Facebook, rede social também detida pela Meta, estavam a esconder publicações que ofereciam o envio de pílulas abortivas para estados que restringem o uso.
As redes sociais disseram que estavam a excluir estas publicações por violarem as políticas contra a venda ou distribuição de certos produtos, incluindo produtos farmacêuticos, drogas e armas de fogo.
No entanto, a AP descobriu que publicações semelhantes, a oferecer o envio gratuito de armas ou canábis, não eram removidas pelo Facebook. A empresa não comentou.
Para a professora da Universidade Cornell Brooke Erin Duffy, que estuda as redes sociais, empresas de tecnologia como a Meta não têm obrigação de explicar como ou por que razão são escondidas ou promovidas determinadas publicações ou palavras-chave.
“Tudo pode acontecer nos bastidores e pode ser atribuído a uma falha”, disse Duffy. “Isso é o que é arrepiante”.
Na sexta-feira, a maioria conservadora do Supremo Tribunal dos EUA decidiu revogar os precedentes de proteção do direito ao aborto, estabelecidos pelo próprio tribunal, deixando a decisão nas mãos de cada estado norte-americano.
Até ao momento, já nove estados proibiram a interrupção voluntária da gravidez na maioria das circunstâncias.
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