A Iniciativa Liberal vai apresentar cerca de uma centena de candidaturas às autárquicas deste ano, preferindo candidatos autónomos, mas admitindo pontualmente alguns entendimentos, disse sábado o presidente do partido, Rui Rocha.
“Este é o exemplo daquilo que será a regra para todo o país. Obviamente que, a título excecional, poderá haver algum entendimento. Mas, hoje não há nenhum entendimento em nenhum ponto do país. E, aquilo que eu desejo é que a Iniciativa Liberal se apresente no maior número de pontos do país desta maneira”, afirmou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas em Castelo Branco, no lançamento da candidatura autárquica da IL.
Nas últimas autárquicas a IL não apresentou candidatura em Castelo Branco, ao contrário do que acontecerá nas próximas eleições, o que segundo Rui Rocha mostra também o crescimento do partido.
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O líder da IL sublinhou, contudo, que não vale a pena concorrer a todos os pontos do país só para dizer que o partido esteve lá.
“Temos que ser seletivos nas pessoas que escolhemos, nas pessoas que apoiamos porque a marca da IL deu muito trabalho a criar. Sabemos que uma má escolha, uma má seleção, pode contaminar todo o partido. Preferimos ir a menos sítios, mas ir com qualidade, com pessoas de confiança”, sustentou.
O líder da IL indicou também que a iniciativa de hoje foi a primeira de lançamento de uma candidatura do partido às eleições autárquicas.
“Estamos agora a começar o caminho que nos levará a apresentar cerca de cem candidaturas em todo o país”, revelou.
Questionado sobre a moção de censura ao Governo PSD/CDS-PP apresentada pelo Chega na sexta-feira, e que foi chumbada, o presidente da IL considerou que aquilo que resultou da iniciativa “é um cartão vermelho a André Ventura e ao Chega, por instrumentalizarem a Assembleia da República com interesses oportunísticos que não são os interesses do país”.
“Mas, há também para além do cartão vermelho a André Ventura, um cartão amarelo a Luís Montenegro. Há coisas ainda por explicar. Creio que o primeiro-ministro não acabou as explicações sobre esta matéria. Teve um cartão amarelo e tem agora que interpretar esse cartão amarelo. Tal como no futebol, a acumulação de cartões amarelos também leva à expulsão ”, frisou.
A moção tinha por título “Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave”, e teve na origem a situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à mulher e aos filhos de ambos.
Ainda sobre a moção de censura, Rui Rocha considerou que não se pode viver num país em que as pessoas nunca fizeram nada na vida.
“Queremos o contrário. Temos que olhar para a Lei das Incompatibilidades”, disse reportando-se às desconfianças que estão a ser levantadas sobre outros governantes, nomeadamente as ministras da Justiça e do Trabalho, que terão participações no setor imobiliário.
“Seria um problema se as ministras tivessem a gerência dessas empresas ou, se tendo um capital superior a 10%, houvesse adjudicações, contratos públicos. Até agora não temos nenhuma questão que diga isso”, disse, defendendo que a IL não quer na politica “pessoas que não têm vida, não têm passado, não têm futuro”.
“Para isso já temos muitas pessoas no Chega com esse perfil. E creio que estamos já todos um bocado fartos desse perfil de pessoas que nada contribuem, nada fizeram, nada tem para dizer ao país”, acrescentou.
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