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“(In)fertilidade – Será possível prevenir?”
“(In)fertilidade – Será possível prevenir?” é próxima conferência da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos. A iniciativa terá lugar no próximo dia 11 de junho, pelas 20h30, e terá como conferencista a Prof. Doutora Ana Teresa Almeida Santos, médica especialista em Medicina da Reprodução, Diretora do Serviço de Reprodução Humana do CHUC e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
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Como sabe, a fertilidade humana enfrenta ameaças insidiosas, muitas vezes desvalorizadas, decorrentes da evolução social e económica mas também condicionadas pela exposição continuada e quase inevitável a agressões ambientais.
Com a integração plena da mulher na atividade social e económica surgiu a necessidade de protelar ou evitar a gravidez justificada pela dificuldade em conciliar uma atividade exercida fora de casa com o envolvimento e disponibilidade necessários ao cuidado das crianças.
Esta realidade tem como consequência natural o envelhecimento da “geração dos avós” que se tornou menos autónoma e consequentemente menos disponível para auxiliar na tarefa. As dificuldades económicas e a incerteza quanto ao futuro são também fatores que levam os casais a adiar o seu projeto reprodutivo.
Este adiamento tem consequências dramáticas porque a fecundidade declina de forma inexorável com o avançar da idade da mulher, sendo este declínio mais acentuado a partir dos 35 anos, e também porque possibilita a acumulação de influências deletérias para a fisiologia reprodutiva (exposição a tóxicos presentes nos alimentos e nos produtos de uso quotidiano de higiene e cosmética, consumo de tabaco e álcool, maior probabilidade de lesão dos órgãos reprodutores por doenças infeciosas de transmissão sexual ou outras, cujos efeitos se vão acumulando com a idade).
A estas ameaças acresce atualmente uma outra que decorre do facto de os avanços da medicina permitirem o tratamento da maioria das neoplasias que surgem em jovens e que, fruto das circunstâncias atuais, com cada vez mais frequência atingem indivíduos que ainda não iniciaram ou completaram o seu projeto reprodutivo e cuja terapêutica, sendo eficaz e permitindo uma sobrevida livre de doença, tem como consequência a possibilidade de induzir esterilidade.
Este é pois um tema que tem vindo a assumir uma importância crescente. A infertilidade é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, com uma prevalência que se estima atingir cerca de 10 a 15% da população em idade reprodutiva, afetando um número crescente de pessoas no mundo contemporâneo.
Trata-se de uma realidade que implica uma reflexão atenta que conduza a uma atitude preventiva, e que, pela sua complexidade, em termos do seu impacto social, demográfico, médico e pessoal.
O envolvimento informado de todos os profissionais de saúde torna-se, assim, fundamental. A participação nesta conferência é aberta a todos os interessados e gratuita, mas carece de inscrição obrigatória.
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