Economia
“Incipiente”. PRR chegou a apenas 6% das empresas portuguesas
O Banco Português do Fomento (BPF) revelou esta quinta-feira, 28 de setembro, no Coimbra Invest Summit que apenas 6% das verbas previstas para as empresas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já estão no destinatário final. Ao todo, este “banco grossista” tem um bolo de 1.300 milhões de euros para capitalizar as empresas, mas só foram distribuídos 80 milhões.
Nos números revelados durante a sessão realizada na Sala D. Afonso Henriques, foi dito que já estão aprovadas operações no valor de 980 milhões de euros e contratadas operações no montante de 510 milhões de euros.
PUBLICIDADE
Em entrevista ao Notícias de Coimbra, a CEO desta entidade bancária, Ana Sousa, reconheceu que o valor é “incipiente”, mas lembrou que estes processos são algo demorados pois primeiro têm de “ser aprovados e contratados e, só depois, é que as empresas podem desembolsar”.
“Isto é um funil até chegar à economia portuguesa. Não nos podemos esquecer que alguns destes instrumentos só foram lançados no início de 2023”, precisou a responsável.
Veja o Direto Notícias de Coimbra com Ana Sousa
A apresentação feita serviu ainda para revelar que, devido à reprogramação do PRR aprovada pela Comissão Europeia, o Programa de Recapitalização Estratégica e o Programa Deal-by-Deal poderão ser financiados até ao último dia de 2025.
Relativamente ao montante de 1.300 milhões de euros que o BPF tem a seu cargo, Ana Sousa acredita que “à distância (de 2026), dir-lhe-ia que não temos motivos de preocupação”. Ou seja, todo este montante será transferido para ajudar à capitalização das empresas portuguesas.
Carregue na galeria sobre a sessão da tarde de 28 de setembro
Antes da divulgação destes números, a CEO do BPF esteve à conversa com o presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC), José Couto, e um dos responsáveis da empresa “Framedrop”, João Diogo Costa.
O líder do CEC reconheceu a importância das Business Angels para ajudar alguns dos projetos a passarem para um nível superior. Sobre as agendas mobilizadoras, lamentou que as microempresas tenham ficado de fora, mas reconheceu a sua importância nas médias empresas. Desde logo, e como referiu, porque permitiu o trabalho conjunto entre várias empresas para o desenvolvimento dos projetos. “Nada vai ficar como dantes”, disse.
João Diogo Costa aproveitou a oportunidade para deixar alguns conselhos a quem está a tentar obter financiamento através das sociedades de garantia mútua ou de investidores privados. Fazer bem o trabalho de casa, ter um plano de negócios bem fundamentados, fazer uma boa pesquisa de investidores antes de marcar reuniões e saber convencer aquele que está a conhecer o projeto são algumas das propostas.
“A busca de capital para um principante foi uma aventura, mas também não é nenhum bicho papão. Devemos estar preparados para o fator emocional”, referiu.
O Coimbra Invest Summit realiza-se até sexta-feira, 29 de setembro, no Convento São Francisco. Uma organização do Município de Coimbra em parceria com a Universidade de Coimbra, Politécnico de Coimbra, Instituto Pedro Nunes e Coimbra iParque.
Related Images:
PUBLICIDADE