Coimbra

Incêndio em Pedrógão Grande: 7 arguidos confirmados

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 02-05-2018

O inquérito ao incêndio que deflagrou em junho de 2017 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que provocou 66 mortos, tem sete arguidos, quatro dos quais ligados à área de gestão de combustíveis, foi hoje anunciado.

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“O inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem sete arguidos. Dois haviam sido constituídos em dezembro último [de 2017]. Os restantes cinco, quatro deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril”, adianta a informação disponibilizada no sítio na Internet da Procuradoria-geral Distrital de Coimbra (PGDC).

Em dezembro de 2017, foram constituídos arguidos o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o segundo comandante distrital de Leiria, Mário Cerol.

Na mesma nota hoje divulgada, a PGDC refere que “em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência”.

As investigações prosseguem, com a coadjuvação da Polícia Judiciária, estando o inquérito em segredo de justiça.

A PGDC refere ainda, na sequência de notícia vinda a público, que o Ministério Público “recebeu, em novembro de 2017, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o relatório de uma auditoria realizada por aquela entidade na sequência dos referidos incêndios de Pedrógão Grande”.

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“Este documento foi junto aos autos, sendo considerado no âmbito das investigações em curso”, acrescenta.

O relatório de uma auditoria interna da ANPC aos trabalhos do combate ao fogo de Pedrógão Grande, em 2017, indica que houve documentos apagados ou destruídos, noticia hoje o jornal Público.

De acordo com o Público, que teve acesso ao relatório da auditoria feita pela Direção Nacional de Auditoria e Fiscalização da ANPC, a organização inicial do combate ao incêndio teve falhas graves, sendo que os auditores se depararam com a inexistência de provas documentais sobre o trabalho de combate ao fogo.

Segundo os auditores que fizeram o relatório sobre o desempenho dos seus agentes no combate ao fogo de junho de 2017, toda a investigação se deparou com “limitações na obtenção de elementos de prova”, informação que “pode tornar-se vital” para a avaliação posterior, nomeadamente ao nível da responsabilidade disciplinar e criminal.

Em causa, refere o Público, estão todos os documentos que são produzidos no posto de comando de um incêndio, desde os planos de situação aos planos estratégicos de ataque, e todas as informações das três células de qualquer posto de comando (logística, planeamento e operações).

O Governo fez entretanto saber que o relatório da auditoria interna da Proteção Civil sobre o fogo de Pedrógão Grande foi enviado em novembro para o Ministério Público e que não escondeu o documento.

“É falsa a informação de que o Governo tenha ‘escondido’ o relatório desde novembro”, afirma o Governo, em comunicado, referindo estar a esclarecer a notícia do Público.

Em junho de 2017, os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.

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