Saúde
Idosa morre após alta hospitalar nas urgências do HUC. Inspeção abre inquérito
Uma mulher, de 82 anos, morreu após ter tido alta hospitalar da urgência do Hospital Universitário de Coimbra (HUC).
O caso remonta a 21 de julho de 2021, quando a utente deu entrada pela primeira vez nas urgências do polo HUC do CHUC pelas 16h:30 do dia 23 de julho daquele ano. Tinha edemas no olho direito e na mão esquerda, bem como queixas de dor lombar.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abrir um inquérito para “apurar a qualidade dos serviços prestados à utente que morreu menos 24 horas após ter alta das urgências dos HUC”, como se pode ler na edição em papel do Diário de Coimbra.
A idosa terá sido mandada para casa medicada com antidepressivos quando ainda se aguardavam os resultados da urocultura.
Quando os resultados chegaram, davam conta de uma bactéria multirresistente e ninguém diligenciou para que voltasse novamente ao hospital, indica o jornal.
Foram também efetuados Raios-X que revelaram “alterações esponsilósicas graves e patologia osteodegenerativa”. O PCR estava elevado e o teste de Murphy deu positivo, o que poderia indicar uma infeção urinária.
Foram ainda solicitadas “análises à urina que nunca foram realizadas nessa urgência”, refere a familiar àquele jornal, ao notar que a ecografia revelou um quisto num rim e bexiga em deficiente repleção.
A paciente acabou por ter alta com diagnóstico de infeção urinária, com prescrição de antibiótico.
No dia 2 de agosto, a doente volta ao hospital, mas desta vez chega com manchas por todo o corpo e vómitos, desorientada e agitada.
Os resultados apontaram para alterações ao nível dos pulmões e a análise à urina revelou a presença elevada de leucócitos. Concluiu-se novamente, que era infeção urinária. Teve novamente alta, sem os resultados do exame de urocultura. Acabou por morrer a 4 de agosto.
A IGAS quer saber porque foi “dada alta hospitalar precoce, sem ter aguardado, na segunda ida da utente às urgências, pelo resultado da urocultura”. E também não é compreensível que tenha sido detetada a bactéria quando a doente já estava no seu domicílio, bem como não ter havido “o cuidado e o zelo de a contactar para alteração da medicação”.
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