Desporto
Hóquei em Patins: Presidente da República distingue campeões e diz que Portugal precisa da serenidade de Ângelo Girão
O Presidente da República apontou hoje a conquista do mundial de hóquei em patins como um incentivo para se vencer desafios na justiça, saúde ou educação e defendeu que Portugal precisa da serenidade do guarda-redes Ângelo Girão.
“Se todos tivermos essa consistência e essa serenidade, todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos, Portugal será uma pátria ainda melhor, muito melhor, para bem de todos os portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, exclamando: “Viva Portugal”.
O chefe de Estado deixou esta mensagem mais política no final da sua intervenção na cerimónia de condecoração dos jogadores e do corpo técnico da seleção nacional de hóquei em patins campeã do mundo, na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa.
“A vossa vitória é um símbolo do que nós, portugueses, podemos ser quando somos excelentes, quando somos os melhores dos melhores. E faz-nos acreditar mais em nós próprios, para vencermos outros campeonatos”, disse o Presidente da República, que tinha junto a si o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.
Dirigindo-se à equipa, alinhada à sua direita, Marcelo Rebelo de Sousa completou: “Para vencermos os campeonatos do desenvolvimento, da justiça, da luta contra a pobreza, contra as desigualdades, os campeonatos permanentemente disputados dia a dia, na educação, na saúde, na solidariedade social”.
Nesta parte final do seu discurso, o chefe de Estado considerou que “o povo português vibrou” com esta vitória no hóquei em patins, rejeitando a ideia de “os êxitos desportivos são menores do que os outros sucessos, que servem para distrair consciências ou alienar os cidadãos”.
No entanto, salientou que os problemas do país persistem: “Claro que a vossa a vitória, de facto histórica, não apaga os nossos problemas, os nossos desafios, os nossos insucessos em tantos domínios”.
E também “não pode nem deve apagar ou minimizar outras vitórias, muitas delas anónimas, de portugueses cá dentro e lá fora, também no desporto, no trabalho, na educação, na saúde, na ciência, nas artes, na economia, no serviço social”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa saudou todos os elementos da equipa, “em nome de todos os portugueses, e sobretudo dos mais esquecidos, dos mais excluídos, dos mais desiludidos, dos mais pobres”, mas enviou um “especial abraço” ao guarda-redes Ângelo Girão, que elogiou pela sua “serenidade coriácea” constante.
“Como nós gostaríamos de ter, como eu gostaria de ter, não é muitas vezes, como acontece na nossa vida, mas é sempre, a serenidade coriácea na defesa dos lances impossíveis”, declarou, enaltecendo a sua “consistência” na baliza: “Defender uma vez, duas vezes, cinco vezes, dez vezes é obra. Defender sempre é praticamente quase impossível”.
Portugal sagrou-se campeão mundial de hóquei em patins no domingo, em Barcelona, 16 anos depois da última conquista, vencendo a Argentina por 2-1 no desempate por grandes penalidades, após um nulo no final do encontro.
Gonçalo Alves e Hélder Nunes marcaram grandes penalidades para Portugal, enquanto pela Argentina apenas Nicolia conseguiu marcar.
A formação portuguesa conquistou o 16.º título mundial, menos um do que a recordista Espanha, reconquistando um título que lhe fugia desde 2003.
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