Mehmet Ali Agca, o homem responsável pela tentativa de assassinato do Papa João Paulo II em 1981, fez um pedido formal para estar presente no funeral do Papa Francisco, que ocorrerá no sábado, 26 de abril.
A solicitação foi feita por meio de um vídeo publicado no YouTube, onde Agca pede ao Vaticano e ao governo italiano a autorização para comparecer à cerimónia de despedida do pontífice.
O vídeo foi divulgado na segunda-feira, 21 de abril, dia em que o Papa Francisco faleceu aos 88 anos, e foi partilhado por Riccardo Sindoca, advogado de Agca. Na gravação, Agca expressa o desejo de participar pessoalmente no funeral, sem especificar mais detalhes sobre os motivos que o levaram a fazer o pedido.
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Mehmet Ali Agca ficou conhecido pelo atentado que protagonizou contra o Papa João Paulo II a 13 de maio de 1981, quando, aos 23 anos, disparou contra o pontífice na Praça de São Pedro, em Roma. O Papa João Paulo II ficou gravemente ferido, tendo sido atingido por quatro balas no abdómen, mas sobreviveu ao ataque.
Após o atentado, Agca foi detido pelas autoridades italianas e permaneceu na prisão até o ano de 2000, quando foi extraditado para a Turquia. O motivo do ataque nunca foi totalmente esclarecido, embora se tenha descoberto que Agca tinha ligações com um grupo de extrema-direita turco. Contudo, um gesto de perdão marcante ocorreu anos depois: o Papa João Paulo II, já recuperado, perdoou pessoalmente Agca, visitando-o na prisão em 1983.
Agora, após a morte do Papa Francisco, Agca procura expressar a sua reverência ao atual pontífice, através deste pedido para estar presente no funeral, um gesto que, para muitos, é um reflexo do perdão e da complexidade das relações humanas.
Este pedido de Agca para comparecer ao funeral levanta questões sobre perdão, reconciliação e o impacto que o perdão de João Paulo II teve na sua vida. Resta saber se o Vaticano ou o governo italiano irão aceder ao pedido do homem que, em 1981, quase causou a morte do Papa que se tornaria um símbolo global de paz e perdão.
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