Crimes
Homem nega autoria de disparo que atingiu jovem na cabeça em discoteca
Um homem, de 26 anos, suspeito de ter baleado um jovem após uma discussão por razões passionais, no exterior de uma discoteca, em Santa Maria da Feira, negou hoje em tribunal ter sido o autor do disparo.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, começou a ser julgado hoje no Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, por um crime de homicídio agravado na forma tentada, um crime de detenção de arma proibida e outro de condução sem habilitação legal.
Perante o coletivo de juízes, o arguido negou ter disparado contra o ofendido, como refere a acusação do Ministério Público (MP), adiantando que a arma que trazia consigo na altura era falsa.
“O disparo não veio da minha parte. A arma era falsa. Não fiz nada do que estou acusado, a não ser a condução”, disse, afirmando não conhecer a vítima.
O arguido explicou ainda que se encontrava no exterior da discoteca, a fumar um cigarro, quando surgiu um carro com “cinco indivíduos encapuzados”, tendo um deles saltado para cima dele e, de seguida, ouviu um disparo que pensou ter sido na sua direção.
Após o disparo, viu toda a gente a fugir e disse que entrou “em pânico”, acabando por entrar numa viatura e sair do local.
Os factos criminosos ocorreram na madrugada de 12 de junho de 2022, no exterior de uma discoteca em Nogueira da Regedoura, Santa Maria da Feira, onde o arguido tinha estado na companhia de amigos.
A acusação do MP refere que o arguido decidiu matar o ofendido com recurso à arma de fogo que transportava, por “razões passionais relacionadas com eventual relacionamento amoroso e troca de mensagens escritas” entre o arguido e a namorada da vítima.
De acordo com a investigação, o arguido abeirou-se do rapaz de 21 anos, retirou a arma que transportava da parte traseira dos calções que vestia e empunhou-a na direção da face daquele, efetuando um disparo que atingiu a vítima na cabeça.
O ofendido dirigiu-se à esquadra da PSP de Ovar, onde foi socorrido por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica e posteriormente encaminhado para o Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira.
Após o disparo, o arguido ausentou-se para parte incerta e, segundo a acusação, escondeu em lugar não concretamente apurado a arma de fogo utilizada, não tendo a mesma sido ainda recuperada.
Acabaria por ser detido no final do mês de dezembro pela Polícia Judiciária que, na altura, referiu que o detido se encontrava “em liberdade condicional pela prática de um crime de roubo agravado, tendo tentado furtar-se à ação policial”.
O MP diz que, com a sua conduta, o arguido “colocou em perigo” a vida do ofendido, querendo provocar a sua morte, adiantando que isso só não aconteceu por “motivo alheio à vontade do arguido” pois que, caso o projétil tivesse penetrado milímetros mais acima, o ofendido teria perdido a vida.
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