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Homem matava abutres para lhes arrancar a cabeça!
A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau deteve um homem suspeito de matar abutres em várias localidades do interior do país para lhes cortar a cabeça para “fins desconhecidos”, disse à Lusa fonte da corporação, esta terça-feira.
O homem foi surpreendido por populares da aldeia de Pupal, arredores de Canchungo, a cerca de 77 quilómetros a norte de Bissau, que o encontraram com dezenas de cabeças de abutres que tinham morrido, no dia anterior, “de forma misteriosa”.
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Os abutres apareceram mortos na sexta-feira e os populares detiveram o suspeito no sábado.
O suspeito guardava as cabeças dos animais mortos num saco, depois de deixar ao relento as carcaças, contou à Lusa o jornalista Siaca Faty, da rádio UlerAband de Canchungo, citando relatos de populares de Pupal.
Os populares acreditam que o homem atraiu os abutres com vísceras de outros animais nas quais colocava veneno.
Alertada da ocorrência, quando a população da aldeia já se preparava para fazer “justiça com as próprias mãos”, a PJ fez deslocar uma equipa de agentes ao local que recolheu o suspeito para Bissau, explicou Siaca Faty.
Contactada pela Lusa, em Bissau, fonte da PJ confirmou que o suspeito confessou, numa audiência preliminar, a autoria da morte dos abutres de “várias localidades de Canchungo” e ainda indicou que não é o único “que trabalha na morte dos abutres”.
Por ser residente em Bafatá, 200 quilómetros a leste de Bissau, o suspeito foi transferido para a delegacia da polícia daquela cidade. O suspeito foi presente ao Ministério Público na segunda-feira, tendo ficado em prisão preventiva, adiantou a fonte da PJ.
A polícia acredita que o detido faz parte de uma rede de indivíduos, ainda por identificar, que estiveram na origem da morte de mais de dois mil abutres em várias localidades da Guiné-Bissau em outubro passado.
Peritos internacionais que estudaram o caso da morte dos abutres na Guiné-Bissau concluíram, num registo publicado na revista Science que se tratou do mais “letal envenenamento intencional de abutres do mundo”.
A PJ suspeita que a morte daqueles animais, bastante comuns na Guiné-Bissau, está relacionada com o uso de partes do seu corpo para fins da bruxaria e que os autores serão comerciantes que atuam em vários países da África Ocidental.
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