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História deliciosa sobre o pudim que deixa qualquer um a salivar
Fique a conhecer Manuel Joaquim Rebelo, o homem que criou uma das sobremesas portuguesas mais icónicas, o pudim do Abade de Priscos!
Os portugueses estão habituados a comer bem, seja refeições principais, seja sobremesas. O pudim abade de Priscos é seguramente uma das sobremesas mais populares do país. Ela está presente em inúmeros restaurantes, de norte a sul, pois muitas pessoas têm este pudim como uma das suas sobremesas favoritas.
Esta sobremesa tem história. Ela surgiu devido à criatividade de uma pessoa especial, Manuel Joaquim Rebelo. Já ouvir falar nele? Iremos partilhar consigo o indispensável sobre esta personalidade incontornável na história das sobremesas portuguesas.
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Manuel Joaquim Machado Rebelo é o nome do Abade de Priscos, pessoa que inventou o famoso pudim. Ele nasceu a 29 de março de 1834, em Turiz, e morreu a 24 de setembro de 1930, em Vila Verde, quase 100 anos depois de ter nascido. Este abade católico terá sido um dos maiores cozinheiros portugueses do século XIX.
O abade serviu a freguesia bracarense de Priscos ao longo de 47 anos. Ele foi Padre. Contudo, também era uma pessoa com outros interesses. Tinha qualidades artísticas, gostava de fotografia, mas deixou um nome nas artes culinárias, mais precisamente nas sobremesas.
Manuel Joaquim Rebelo é o autor do pudim do abade de Priscos. O abade de Priscos gostava de fazer-se acompanhar de uma “pasta mágica” onde guardava um vasto conjunto de temperos. Ele ia com ela para todo o lado, estando preparado para apresentar autênticas iguarias.
Infelizmente, os seus dotes culinários não ficaram para a posteridade, porque muitas das outras receitas que criou e que comprovaram o seu talento não ficaram nas mãos do povo. O abade foi responsável por vários pratos. No entanto, raramente apontava as obras gastronómicas que criava.
No dia 3 de outubro de 1887, ocorreu um episódio caricato, após ter sido convidado a apresentar os seus pratos ao Rei D. Luís I e à Família Real, que ia de visita à Póvoa de Varzim. O rei convidou o abade a dirigir a cozinha e a preparar o banquete.
O Abade entregou-se à tarefa com noção da responsabilidade. Após acabar o repasto, o monarca mandou chamar o abade à sua presença. O rei queria saber qual era a composição de um prato complicado e de sabor delicioso.
Após ser confrontado pelo monarca, o abade sorridente informou: – “Com licença de Vossa Majestade, era palha, Real Senhor!” O Rei não queria acreditar: – “Palha!? Então, dás palha ao Rei de Portugal?”
Manuel Joaquim Machado Rebelo baixou os olhos a fingir-se envergonhado. No entanto, com sorriso matreiro, disparou: – “Real Senhor! Perdoai-me. Todos comem palha, a questão é sabê-la dar (que é como quem diz, cozinhá-la)…” O Rei D. Luís achou piada à ousadia (adorou o prato…) e, por isso, riu a bom rir…
O pudim do abade de Priscos é uma sobremesa tão distinta que permitiu revelar-se um finalista das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa.
Quem prova esta iguaria seguramente que compreende essa digna posição ou até se interroga se não será merecedora de uma vitória. Embora se trate de uma verdadeira bomba calórica, torna-se inegável que esta sobremesa cheia de sabor se apresente como uma autêntica tentação.
Este pudim é uma iguaria, bem cremosa, húmida, que encanta pelo seu sabor distinto, bem intenso e frutado. Esta sobremesa é surpreendente, porque sendo doce, como a maioria dos ingredientes que leva, tem um ingrediente salgado que lhe dá um toque diferente, tornando a sobremesa irresistível. Um dos segredos do pudim do abade de Priscos está na utilização da gordura do toucinho.
O pudim do abade de Priscos ficou conhecido quando o diretor do Magistério Primário Feminino de Braga, no antigo Convento dos Congregados, Pereira Júnior, pediu ao Abade de Priscos receitas para as poder ensinar no magistério.
A receita do Pudim de Priscos é uma das poucas receitas de Manuel Joaquim Machado Rebelo que passou para o público.
Segue a receita: 15 gemas de ovo, 1 pau de canela, 500 gr açúcar, 50 g toucinho, 1/2l água, 1 cálice de vinho do Porto, casca de limão q.b. e caramelo líquido q.b.
Comece por partir o toucinho em lascas muito finas. Então, coloque a água, o açúcar e o toucinho num tacho. No imediato, adicione a casca de limão e o pau de canela.
Posteriormente, deve levar ao lume um tacho e deixe ferver. Então, deve passar a mistura por um coador e deixar que arrefeça. Depois, bata as gemas muito bem num recipiente. Em seguida, deve adicionar o vinho do Porto.
Posteriormente, deve incorporar esta mistura na calda arrefecida, sem parar de mexer. Por fim, deve colocar o pudim numa forma coberta com o caramelo líquido e tapar. Agora, basta levar ao forno quente e aguardar 40 minutos e cozer em banho-maria. Depois, somente tem de deixar no frio. Finalmente, deve desenformar, servir e saborear.
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