O sociólogo Boaventura de Sousa Santos publicou no dia 16 de fevereiro um texto de opinião sobre os factos de que está acusado no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
Este texto está disponível na página brasileira da internet Brasil 247. Ao longo do texto, o ex-diretor do CES começa por explicar “o capítulo difamatório”.
“Em março de 2023, a prestigiada editora anglo-saxônica, Routledge, traz à tona Sexual Misconduct in Academia. Informing an Ethics of Care in the University, uma coletânea organizada por Erin Pritchard and Delyth Edwards. O 12º e último capítulo, da autoria de Lieselotte Viaene, Catarina Laranjeiro e Miye Nadya Tom, tinha por título “The Walls Spoke When No One Else Would. Sexual-power Gatekeeping within Avant-garde Academia”. O capítulo, que tinha explicitamente como alvo principal o diretor emérito do CES, Boaventura de Sousa Santos (BSS), não respeitava a lei do anonimato do Reino Unido: as duas primeiras autoras indicavam no seu CV qual era o centro de investigação onde tinham trabalhado. Por isso, em setembro de 2023, a editora retirou o capítulo de circulação. Mas, muito antes disso, várias cientistas sociais feministas, colaboradoras do CES de longa data – Gay Seidman (Universidade de Wisconsin-Madison), Linda Gordon (Universidade de Nova Iorque), Ángeles Castaño (Universidade de Sevilha), Alice Kessler-Harris (Universidade de Columbia), Elodia Hernandez (Universidade Pablo Olavide, Sevilha), Mary Layoun (Universidade de Wisconsin-Madison) – tinham se dirigido à Routledge protestando contra a publicação de um texto a fazer-se passar por científico, mas sem qualquer qualidade acadêmica ou ética profissional, com evidentes sinais de ressentimento, má-fé e represália, e a desacreditar o feminismo. Mesmo assim, alguns investigadores do CES assinaram um documento em que se afirmava que a retirada era considerada um ato de censura, alinhando com a própria falsidade do que é relatado no capítulo”, refere.
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Sobre a origem, recorda que “uma das autoras, Lieselotte Viaene, que é quem ostensivamente escreve, o CES recusou acolhimento para um projeto do European Research Council”. E explica que “a decisão foi difícil, porque significou perder o CES uma avultada quantia em overheads. Acontece que o comportamento institucional de Viaene, enquanto investigadora do CES e enquanto bolseira do programa Marie Curie (Marie Skłodowska-Curie Actions), desaconselhou fortemente a continuação do vínculo. Chegou a fazer queixa do CES à Agência Marie Curie. Na resolução do conflito, Marie Skłodowska-Curie Actions deu razão ao CES: Viaene não cumprira as cláusulas do seu contrato. A razão pela qual solicitou Viaene tal acolhimento, apesar das suas queixas contra o processo disciplinar que lhe fora movido e contra o CES em geral, não tem nada a ver com empenho científico. Viaene queria ficar junto de um dos investigadores do CES por quem se tinha apaixonado (há provas documentais). Mais tarde haveria de se gabar de estar a escrever um artigo para se vingar do CES e do seu diretor emérito (há testemunhas e documentos). O capítulo haveria de servir de pretexto a um grupo de investigadoras e ex-investigadoras do CES, autodesignado “Coletivo de Vítimas”, para continuar, com requinte, a difamação de BSS”.
Cancelamentos, Golpe de Estado no CES, Comissão independente e auto-suspensão, o comportamento inexplicável e ilegal dos órgãos dirigentes do CES e da FEUC e o Relatório da Comissão Independente são outros dos pontos referidos neste texto de opinião extendo e que, como refere esta página brasileira, “é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247”.
Leia o texto completo do sociólogo Boaventura de Sousa Santos
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