O português Rui Pinto, colaborador do ‘Football Leaks’, recorreu hoje da extradição da Hungria para Portugal, suspendendo a decisão tomada por um tribunal de Budapeste, disse à Lusa fonte judicial.
Rui Pinto já contestou a extradição, com um recurso que tem “efeito suspensivo imediato” da decisão, e vai aguardar em território húngaro o desfecho deste apelo, explicou a mesma fonte.
O tribunal metropolitano de Budapeste decidiu hoje extraditar Rui Pinto para Portugal, onde deverá ser presente às autoridades, no âmbito da investigação ao acesso aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento ‘Doyen Sports’.
Rui Pinto está em prisão domiciliária em Budapeste desde 18 de janeiro, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Na base do mandado estão o acesso aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento ‘Doyen Sports’ e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do Sporting e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a ‘Doyen’ e vários clubes de futebol.
Em 13 de fevereiro, o tribunal húngaro rejeitou o recurso do Ministério Público daquele país para que Rui Pinto passasse a prisão preventiva, mantendo o português em prisão domiciliária, enquanto aguardava o desenrolar do processo de extradição para Portugal, ao qual se opôs.
Rui Pinto terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da “Doyen Sports Investements Limited”, com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).
O ‘hacker’ é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD ‘leonina’.
Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.