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Há um projeto que nasce dos incêndios de 2017 e quer desenvolver cursos de verão, oficinas e roteiros culturais 

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 26-05-2023

 O projeto ‘Landscape Together’, financiado com um milhão de euros pela Comissão Europeia e resultante dos incêndios de 2017 que afetaram a região do Pinhal Interior, foi hoje inaugurado pela ministra da Coesão Territorial.

Resultante do Cortiçada Art Fest, o projeto âncora que deu lugar a outros dois projetos, o Roteiro de Arte da Cortiçada e o Roteiro de Arte nas Linhas de Água, surgiu após os incêndios de 2017, no âmbito do programa de revitalização das comunidades por intermédio da cultura.

Aos três municípios inicialmente envolvidos no projeto desenvolvido pelo escritório de arquitetura Marques de Aguiar a partir de 2019 (Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco), juntaram-se agora Pedrógão Grande (Leiria) e Idanha-a-Nova (Castelo Branco).

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“Este é um momento importante que visa lançar um projeto mais amplo. Simbolicamente, lançamos hoje o ‘Landscape Together’. Este projeto resulta de uma tragédia que aconteceu nestes territórios [incêndios de 2017]. Inicialmente, contou com três municípios [Proença-a-Nova, Sertã e Oleiros] e hoje damos as boas-vindas a Idanha-a-Nova e Pedrógão Grande”, afirmou Ana Abrunhosa.

A ministra da Coesão Territorial deslocou-se à localidade de Cunqueiros, no concelho de Proença-a-Nova, onde inaugurou uma das obras de arte na paisagem, a ‘Magmacellar’.

“Não há desenvolvimento sem cultura. Este é um projeto que nos move a todos. O projeto é para vós. Só faz sentido se sentirem que vos valoriza e à comunidade. É um projeto pioneiro que visa transformar a paisagem ardida para que todos possam apreciar e olhar através da arte”, disse.

A governante salientou que este projeto tem o mérito de se implementar num território “muito especial”.

“Das cinzas valorizamos a cultura que nos une”.

Ana Abrunhosa destacou ainda a importância que vão ter os vários eventos previstos no âmbito do ‘Landscape Together’, nomeadamente as residências artísticas, roteiros culturais e as oficinas de trabalho previstas para os cinco municípios do interior da região Centro que integram o projeto.

Já a diretora da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) salientou que nos próximos três anos os municípios que integram o projeto vão ser palco de um conjunto de eventos que vão promover e incluir as comunidades envolvidas.

“A cultura é o fator de agregação social mais poderoso para ser trabalhado, desde que sejamos capazes de a assumir com as nossas comunidades”, afirmou Suzana Menezes.

Por seu turno, o presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, realçou a importância deste projeto que, “além de bonito, porque cativa visualmente, possui elementos que puxam pessoas para o território”.

Este responsável sublinhou que, em 2022, a região Centro recebeu mais de sete milhões de turistas e salientou a necessidade de se criarem motivos de visita em territórios “menos prováveis”.

“Os novos turistas não querem mais destinos maduros. Procuram o novo luxo do século XXI. As pessoas pagam para ter espaço, silêncio, tempo e segurança”, sustentou.

Pedro Machado disse que a arte pode ajudar a criar novas ofertas.

Marta Aguiar, do escritório Marques de Aguiar (MAG), o promotor do evento, realçou que o projeto dá seguimento ao Experimenta Paisagem, que deixou obras de arte permanentes em diálogo com as paisagens dos territórios, promovendo a “usufruição de arte contemporânea e da paisagem cultural”.

O ‘Landscape Together’, ao longo de quatro anos, vai desenvolver cursos de verão, mais de 70 oficinas, 16 eventos interdisciplinares, oito roteiros culturais, 18 residências artísticas, duas obras de arte permanente, oito exposições em seis países, entre outras iniciativas.

Está ainda prevista a cooperação e mobilidade entre mais de 90 artistas europeus e dos seus trabalhos.

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