Coimbra
Grupo Aquinos faturou em 2019 mais de 300 milhões de euros em sofás e colchões
O Grupo Aquinos, sediado em Tábua, no distrito de Coimbra, faturou em 2019 mais de 300 milhões de euros na venda de sofás e colchões para quase 40 países de todo o mundo, com maior incidência na Europa.
“Nós exportamos para 38 países dos cinco continentes, sobretudo para os mercados mais interessantes”, disse o empresário Carlos Aquino à agência Lusa, salientando que a Ásia é, até ao momento, o mercado menos explorado.
Com fábricas em vários concelhos do centro de Portugal, além de França e Polónia, o Grupo Aquinos prepara-se para, brevemente, atacar o mercado chinês, que é “importantíssimo, embora a Ásia, onde a empresa tem uma expressão residual, não seja só a China”.
Segundo Carlos Aquino, o grupo está a desenvolver um projeto para a entrada em força na China, que pode passar por instalação de unidades de produção ou simplesmente comercialização, mas que o plano sofreu um atraso de meses devido ao coronavírus.
“É uma das possibilidades [produzir lá], mas também pretendemos levar produto europeu para a China, pois como todos nós sabemos, não é segredo, eles são ávidos de marcas e de produtos da Europa, França, e até de Portugal já começam a dar importância”, sublinhou.
O empresário, que criou a Aquinos faz este mês 35 anos, quando tinha 21 anos, frisou que o grupo continua, “de há vários anos para cá, focado na exportação [que absorve mais de 90% da produção], nos mercados mais longínquos, porque os mais próximos já estão explorados”.
Além do reforço da internacionalização, a estratégia do grupo passa por manter o crescimento “nos dois dígitos”.
Nessa estratégia de crescimento internacional, o Grupo Aquinos adquiriu, em 2019, a multinacional francesa H&F – Home e Furniture, de produção de sofás, tornando-se, segundo Carlos Aquino, num dos “cinco maiores ‘players’ mundiais” do setor do mobiliário de conforto.
“Este ano, como estamos ainda a arrumar a casa em França e na Polónia e a mudar alguma da estratégia que parecia pouco interessante, poderá não haver o crescimento que pretendemos, mas haverá sempre um crescimento interessante”, frisou Carlos Aquino.
“A não ser que este problema do coronavírus venha desestabilizar o mercado”, adiantou o empresário.
A empresa Aquinos, que esteve na génese do grupo empresarial, iniciou a atividade em 1985, começando por produzir para o mercado nacional, mas a partir de 1989/90 ocorreram as primeiras exportações para Espanha “e a partir daí foi crescendo sempre de uma forma sustentada, que é a forma de estar” da empresa.
Atualmente, o Grupo Aquinos possui unidades de produção em Tábua, Carregal do Sal e Nelas, duas em França [uma delas há vários anos] e uma na Polónia, e escritórios no Brasil, São Paulo, e em Shenzhen e Hong Kong (China).
Além de sofás e colchões, produz internamente cerca de 41% das principais matérias-primas que consome, desde a espuma, molas e componentes de madeira até à fibra de poliéster.
“Fizemos grandes investimentos e controlamos a produção de matéria-prima, o que nos torna também mais competitivos e nos garante a qualidade que pretendemos. E tudo isso é importantíssimo”, sublinhou Carlos Aquino.
O mercado nacional é muito residual para o grupo, que marca presença nas lojas dos seus clientes IKEA e Conforama, que “são a razão porque ainda se continua a vender e a ter alguma expressão no território nacional”.
O grupo está neste momento a separar a indústria e a venda a retalho, que teve início há dois anos com a aquisição da cadeia ColchaoNet, distribuída por uma rede de 30 lojas em Portugal, sobretudo nas áreas de Lisboa e Porto, e que até ao final do ano deverá abrir em Viseu.
“Ainda não chegámos a Coimbra, infelizmente. O Centro ficou um bocadinho mais para trás, mas agora vamos apostar um bocadinho mais nesta região, assim que se encontre as localizações certas”, garantiu o presidente do Grupo Aquinos.
No negócio a retalho, o grupo adquiriu em janeiro a cadeia Gato Preto, que marca presença em quase todos os centros comerciais de Portugal e Espanha.
“Estamos a arrumar a casa, que está um bocadinho desarrumada, para não dizer muito, e vamos dar-lhe a força para que daqui a dois anos apareça com outra cara”, revelou Carlos Aquino.
Com esta aquisição, cujos resultados foram incorporados no exercício de 2019, o Grupo Aquinos fechou o ano passado com uma faturação de 360 milhões de euros e a previsão de, já em 2020, aumentar o volume de negócios.
Emprega atualmente 4.000 pessoas, das quais 3.200 em Portugal e 800 nas unidades de França e Polónia e nos escritórios espalhados pelo resto do mundo.
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