Saúde
Gripe com tendência crescente neste inverno
A taxa de incidência de síndrome gripal subiu para 15,1 por cada 100.000 habitantes, numa tendência de atividade gripal crescente, indica o boletim de vigilância da gripe do Instituto Ricardo Jorge.
Segundo o boletim, referente à semana de 28 de fevereiro a 06 de março, a taxa de incidência de Infeção Respiratória Aguda (IRA) também se fixou em 15,1 por 100.000 habitantes, com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) a sublinhar que ambos os valores de incidência, contudo, devem ser interpretados tendo em conta “a reorganização do atendimento ao doente respiratório e a menor população sob observação do que a observada em período homólogo de anos anteriores”.
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O INSA refere também que na semana em análise foram detetados 165 casos positivos para o vírus da gripe, todos do tipo A. Em 20 dos casos foi identificado o subtipo A(H3N2) e num dos casos o subtipo A(H1N1).
Até ao momento, foram detetados 33 casos de co-infeção pelo vírus da gripe e SARS-CoV-2.
Na semana em análise foram também detetados 75 casos positivos para outros agentes respiratórios, “na sua maioria do grupo picornavírus, vírus sincicial respiratório e metapneumovirus”.
Quanto à gravidade, foi reportado um caso de gripe pelas três enfermarias que enviaram informação, tendo sido identificado o vírus Influenza A(H3N2). Segundo o INSA, trata-se de uma criança de 10 anos de idade, sem doença crónica e vacinada.
Os valores de vigilância clínica da gripe foram apurados através da rede médicos-sentinela, um sistema de informação constituído por médicos de medicina geral e familiar do continente e das regiões autónomas.
No que se refere à vigilância laboratorial, que permite a identificação de vários vírus respiratórios, o boletim do INSA indica que, no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2021/2022, foram analisados 450 casos de Infeção Respiratória Aguda (IRA)/Síndrome Gripal (SG). Foi detetado um caso positivo para o vírus da gripe do tipo B na semana 49/2021 (06 a 12 dezembro), e um caso positivo para gripe do subtipo A (H1N1) na semana 04/2022 (24 a 30 janeiro).
Na semana em análise (28/02 a 06/03) foram detetados dois casos de gripe do subtipo A (H3N2).
Desde o início da época de vigilância (semana 40/2021 – 04 a 10 outubro), foram detetados outros vírus respiratórios em 217 casos de IRA/SG, dos quais 22 com co-infeções. Foram detetados 122 rinovírus (hRV), 45 vírus respiratório sincicial (RSV), 40 coronavírus (hCoV), 8 parainfluenza (PIV), 10 metapneumovirus (hMPV), 9 enterovírus (hEV), 1 adenovírus (AdV) e 9 bocavírus (hBoV).
Na época 2021/2022, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais) notificaram 59.968 casos de infeção respiratória e foram identificados 612 casos de gripe.
No que se refere à caracterização genética, o boletim diz que até a semana de 28 de fevereiro a 06 de março foram caracterizados 66 vírus da gripe.
O boletim diz ainda que a mortalidade por todas as causas está dentro do esperado para esta época do ano
A vacinação contra a gripe arrancou em Portugal no final de setembro, mais cedo do que o habitual devido à pandemia de covid-19,estando já vacinadas mais de 2,5 milhões de pessoas.
Sobre a situação europeia, o boletim do INSA indica que na semana 08/2022 (21 a 27 fevereiro) sete países (Eslovénia, Hungria, Itália, França, Luxemburgo, Irlanda e Reino Unido) apresentaram uma taxa de deteção laboratorial do vírus da gripe acima de 10%.
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