Coimbra

Greve dos SMTUC com grande adesão

Notícias de Coimbra com Lusa | 43 minutos atrás em 10-03-2025

O primeiro de três dias de greve dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) contou com uma adesão próxima dos 100%, afirmou hoje dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Segundo a dirigente regional do STAL, Luísa Silva, a adesão à greve de três dias iniciada hoje e que se estende até quarta-feira esteve próxima dos 100%, tendo saído apenas um autocarro de manhã e outro à tarde.

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“Sentimos uma mobilização e adesão igual à greve anterior”, disse a dirigente sindical, que falava à agência Lusa durante a concentração dos trabalhadores junto à Câmara Municipal de Coimbra, antes de intervirem durante a reunião do executivo de hoje.

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Na reunião da Câmara o delegado sindical do STAL nos SMTUC, João Soares, reiterou que a falta de motoristas e mecânicos não se deve à inexistência de concursos, mas da pouca atratividade dos salários.

Segundo João Soares, os trabalhadores dos SMTUC esperavam que fosse agendada uma reunião conjunta com o Governo e com o município, depois de uma primeira greve de dois dias em fevereiro.

“Fiquei desiludido porque no espaço de um mês não houve nenhuma comunicação da Câmara para o STAL. Só temos um caminho que é continuar a greve”, disse.

João Soares recordou que os trabalhadores defendem a devolução das carreiras de agente único, decisão que depende do Governo, mas pediram também a aplicação de um subsídio de insalubridade e penosidade para mitigar, entretanto, o problema.

O delegado sindical salientou que o presidente da Câmara, José Manuel Silva, afirmou em junho de 2021, enquanto candidato, que havia soluções.

“Quando um candidato à presidência da Câmara se junta a um plenário de trabalhadores e diz que há soluções e que o que é preciso é mudar a Câmara de Coimbra, esta é uma promessa que não pode ser vista de uma outra maneira”, disse.

João Soares afirmou ainda que pediu reuniões com deputados eleitos por Coimbra – PS, AD (PSD/CDS-PP/PPM) e Chega -, mas não recebeu qualquer resposta.

José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt), afirmou que partilha das preocupações dos motoristas, mas recordou que houve uma substituição recente do secretário de Estado com quem seria necessário dialogar e que foi por essa razão que a reunião não foi agendada.

O autarca salientou que a reposição das carreiras depende do Governo e não do município e disse que não poderia aplicar um suplemento de insalubridade contra o parecer do gabinete jurídico da Câmara de Coimbra.

Apesar disso, o município irá perguntar à Inspeção-Geral das Finanças se poderá aplicar o subsídio.

Para José Manuel Silva, uma das soluções passa pela transformação dos SMTUC numa empresa municipal, que resolveria o problema não apenas dos motoristas, mas de todos os outros trabalhadores daqueles serviços.

“Não estou a dizer que não lutem. O que estou a dizer é que nós estamos a trabalhar na solução, mas há questões que não dependem só de nós”, disse.

O vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, criticou a lei de 2008 que acabou com a carreira de agente único (motorista), defendendo que a principal função dos municípios “é insistir para que os partidos alterem esta lei profundamente injusta”.

A vereadora do PS Regina Bento também se mostrou solidária com a luta dos trabalhadores dos SMTUC, considerando que a mesma é sinal do “descrédito” do atual executivo.

Depois de uma greve de dois dias em fevereiro, é cumprida agora uma greve de três dias, num calendário de luta que aumenta um dia todos os meses até setembro, mês em que deverão realizar-se as autárquicas, totalizando 44 dias de paragem.

Na Assembleia da República, em 2020, dois projetos do Bloco de Esquerda e PCP para reposição da carreira de agente único foram rejeitados com votos contra do PS (com exceção de seis deputados) e Iniciativa Liberal e abstenções de PSD e CDS-PP.

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