Coimbra
Governo quer exportar médicos?
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirma que sim.
PUBLICIDADE
Em comunicado enviado a NDC a estrutura liderada por Carlos Cortes “repudia a intenção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em querer formar médicos para a exportação ao pretender prosseguir com medidas que são um autêntico obstáculo à formação médica pré-graduada, ao não adequar o número de estudantes de Medicina às necessidades do País provocando, assim, o abandono de milhares de jovens médicos do nosso País”.
Em causa estão as recentes declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, segundo o qual não há médicos a mais em Portugal.
Para o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, tal afirmação “revela desconhecimento, insensibilidade e irresponsabilidade” uma vez que se trata de “um erro grave que o País pagará caro”.
Explica Carlos Cortes: “Durante anos, formaram-se médicos a menos. De 1996 a 2012, foi desperdiçada a formação de 7000 médicos especialistas devido à incompreensível restrição ao acesso às faculdades de Medicina. Ou seja, em 16 anos, a capacidade dos hospitais e centros de saúde em formar especialistas estava muito acima do número de alunos de Medicina”. E questiona, acentuando a descoordenação entre os ministérios da Saúde e o do Ensino Superior: “Será que o ministro Manuel Heitor se lembrou que um estudante de Medicina que ingressa agora na faculdade só será especialista daqui a 11 a 13 anos?”.
Segundo Carlos Cortes a “total despreocupação pela qualidade da formação médica demonstra irresponsabilidade e uma péssima gestão dos recursos humanos”. Conclui: “Esbanjar o tesouro público e enganar os jovens é um erro crasso”.
Related Images:
PUBLICIDADE