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Governo investe em máquinas de reciclagem que dão recompensas
O ministro do Ambiente anunciou hoje um investimento de 1,5 milhões de euros para apoiar a instalação, em todo o país, de máquinas de receção de resíduos valorizáveis, que recompensam quem entrega materiais para reciclagem.
João Pedro Matos Fernandes garantiu a medida após a visita a um equipamento piloto, que está em funcionamento na Póvoa de Varzim, através de um protocolo entre autarquia local e a LIPOR [Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto], e que em 66 dias de utilização já recolheu 83.039 embalagens.
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“Ainda este ano, dos mais de 420 milhões de euros que o Fundo Ambiental vai ter, será alocada uma verba de cerca de 1,5 milhões para apoiar a instalação de 50 máquinas deste tipo, que serão colocadas em sítios diferentes do país, já a partir de junho e até ao final do ano, ou seja, 8 a 10 máquinas por mês”, explicou o governante.
O ministro do Ambiente lembrou que, de acordo com as normas Europeias, “Portugal tem de chegar ao ano de 2030 com apenas 10 % dos resíduos a irem para aterro”, considerando que o modelo de funcionamento destes equipamentos, que entregam recompensas de acordo com os resíduos que são entregues pelos utilizadores, podem ajudar a atingir essa meta.
“Estamos a dar às pessoas é uma justa retribuição porque, na verdade, estes materiais valem dinheiro. É importante que possamos transformar este modelo num negócio, no bom sentido, com uma gestão própria que permita valorizar todos estes resíduos, que, afinal são produtos, e podem voltar a entrar no processo produtivo, inibindo a extração de matérias-primas”, partilhou João Pedro Matos Fernandes.
No caso da máquina piloto que está instalada na Póvoa de Varzim, foi protocolado um modelo por pontos, que de acordo com as embalagens de plástico e vidro que aí são depositadas, dão, posteriormente, direito a vales de descontos em compras no mercado municipal, mas também oferta de bilhetes de cinema e de entradas nas piscinas municipais.
O ministro do Ambiente considerou que as autarquias e as entidades gestores de resíduos devem estar envolvidas neste processo, mas também apontou que as associações de setores e as marcas podem ajudar a dinamizar o projeto, que pretende ser “o mais abrangente possível”.
“Os locais onde as máquinas serão instaladas ainda não estão decididos, mas achámos que devem ser em mercados municipais, centros comerciais, hipermercados, estações de serviços ou até em universidades. Sobretudo locais onde as pessoas vão às compras, e podem levar de casa os seus sacos com as embalagens para reciclar”, apontou o ministro.
João Pedro Matos Fernandes reconheceu que os locais onde serão instalados os equipamentos têm de ter um responsável próximo para supervisionar o funcionamento da máquina e o processo de esvaziamento dos materiais depositados, voltando a apontar o exemplo do projeto-piloto na Póvoa de Varzim.
“Neste equipamento, apesar da dimensão pequena, já foram processadas várias toneladas de resíduos para reciclar, e, por isso, tem sido preciso esvaziar a máquinas algumas vezes por dia. É algo que temos de ir também apreendendo”, concluiu o Ministro do Ambiente.
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