Médicos
Governo diz que rede nacional de oncologia será de “base regional”
O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse hoje em Coimbra que a rede oncológica a criar no país “será essencialmente de base regional”.
O governante disse que o Governo vai analisar os dados, hoje divulgados sobre a capacidade oncológica instalada nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e, a partir daí, será construída uma rede oncológica “de base regional”.
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Simultaneamente, será criado “o princípio de que os centros menores terão sempre uma afiliação a um centro com maior experiência, de forma a garantir a prontidão, a eficácia, a qualidade dos tratamentos prestados”, sublinhou Leal da Costa, que falava aos jornalistas, ao final da tarde, à margem da sessão de doação de equipamento clínico e outros bens ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) pela Fundação EDP.
“Infelizmente, nós temos, em termos de especialistas de oncologia médica, cerca de 160 e tal especialistas, o que ainda é pouco para as necessidades do País”, reconheceu, por outro lado, o governante, salientando que, além disso, esses profissionais se concentram no litoral, particularmente nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte.
Leal da costa afirmou que o Governo está a tentar “progressivamente colmatar esse erro de planificação, que se tem vindo a verificar desde há muitos, muitos anos”, através do modo como são abertas as vagas de internato e da colocação de novos especialistas, não vendo motivo para se persistir ”nessa “má distribuição de recursos”.
Referindo-se ainda aos dados divulgados no Relatório da Capacidade Instalada em Oncologia nas Unidades Hospitalares do SNS 2012, o secretário de Estado considerou que o documento confirma “a opinião de que ainda subsistem centros onde se pratica oncologia com muito baixa densidade de casos”.
Leal da costa considerou necessário “olhar progressivamente” para aqueles centros e “proceder à devida concentração”, fazendo um equilíbrio entre a acessibilidade territorial e a manutenção da experiência, salientando que “isto é tão importante para a parte que envolve quimioterapia, como para a cirurgia oncológica”.
No relatório, sustentou, também “fica claro que as neoplasias raras precisam de ter mais centros de excelência” e que, “provavelmente, em algumas circunstâncias não se justifica ter mais que um centro no país todo”, atendendo ao seu número de habitantes.
Há países maiores, “com menos centros de referência do que aqueles que se pretende ter em Portugal”, garantiu o secretário de Estado.
O relatório da autoria do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas realça que “a maioria das instituições que operam cancro faz mais de mil cirurgias por ano”.
Em 2012, “houve um número menor de doentes entrados em lista de espera para cirurgia oncológica, sem que isso tenha correspondido a uma diminuição média de tempo de espera”, salienta o relatório, defendendo a “necessidade de proceder à especialização de respostas para a diminuição do tempo de espera cirúrgico”.
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