Governo diz que é “prematuro” falar da abertura de Monte Real à aviação civil. Porta aberta para o aeroporto em Coimbra?
O ministro da Defesa considerou hoje ser “absolutamente prematuro” abrir outros processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil, considerando que o país tem atualmente o “grande projeto” do novo aeroporto internacional de Lisboa.
“Eu penso que nós, nesta altura, temos isso sim, esse grande projeto que nos vai ocupar durante bastante tempo, é um projeto nacional e eu acho que nesta altura é absolutamente prematuro estar a abrir novos processos sobre novas formas de partilha com a aviação civil”, afirmou Azeredo Lopes, ao ser questionado sobre a eventual abertura ao tráfego civil da Base Aérea n.º 5, em Monte Real, concelho de Leiria.
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Recordamos que o Presidente da Câmara de Coimbra, que deseja instalar um aeroporto internacional na cidade internacional na cidade, já disse que não acredita que seja possível abrir Monte Real à aviação civil.
O edil de Coimbra considera que a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil “não é exequível”, sobretudo por questões financeiras e de logística militar.
Recorda que os militares precisam de uma base para os F16 e que a deslocalização para outra região comporta elevados custos operacionais.
Manuel Machado adianta ainda que a pista de Monte Real não tem condições para receber voos internacionais. Já se fala nisso desde os tempos em que Mota Pinto foi Primeiro Ministro, mas nunca andou para a frente.
Azeredo Lopes falava aos jornalistas na cerimónia de entrega da bandeira nacional à Força Nacional Destacada para o Policiamento Aéreo do Báltico, que decorreu nesta base.
O governante reconheceu que “há, e muito legitimamente, quem defenda essa solução, mas não há nenhum processo que esteja a decorrer”, referindo que “o que foi dito sobre o assunto” é “amplamente suficiente” e não tem “que ser a favor nem ser contra” a possibilidade de Monte Real receber voos civis.
“O que se tem de discutir é a necessidade no imediato [de] lançar esta questão”, adiantou.
À pergunta se acha necessário lançar esta questão, o ministro da Defesa Nacional respondeu: “Eu, sinceramente, não vejo razões objetivas para o fazer”.
“A Força Aérea, como aliás está a demonstrar agora no processo sobre o novo aeroporto internacional de Lisboa, sempre mostrou uma disponibilidade plena para colaboração com a sociedade civil ou com questões que a própria sociedade civil ou necessidades que convoquem o país possam obrigar a que haja uma reflexão sobre instalações, sobre cedência de instalações, sobre partilha de instalações”, declarou, para acrescentar respeitar “muito a opinião daqueles que aqui, em diferentes autarquias, defenderam esse tipo de solução”.
Na tomada de posse para um novo mandato, em 14 de outubro, o presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, reeleito pelo PS, voltou a defender a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil, sublinhando que estão reunidas as condições técnicas para que tal aconteça. Na defesa desta posição estão outros autarcas e entidades da região Centro.
Já em janeiro, O grupo parlamentar do PSD apresentou uma recomendação para que o Governo adapte a base aérea de Monte Real para receber voos civis, visando o desenvolvimento económico da região Centro, proposta com a qual o PS concorda.
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