Coimbra
Góis terá quatro parques de recolha para valorizar biomassa florestal
O município de Góis vai dispor de quatro parques de armazenamento de biomassa florestal ao abrigo de um protocolo que será celebrado, na quinta-feira, com o grupo Altri e uma associação local, foi hoje anunciado.
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A gestão das unidades a criar pela autarquia cabe à Associação Florestal do Concelho de Góis em conjunto com a empresa Altri Florestal, que tem sede na Marinha das Ondas, concelho da Figueira da Foz.
“A recolha, o transporte e a transformação é da responsabilidade da Altri”, disse à agência Lusa a presidente da Câmara de Góis, Maria de Lurdes Castanheira.
Entidades públicas e privadas “podem transportar a sua biomassa florestal para os quatro parques”, um dos quais funcionará na área urbana da vila, enquanto as restantes unidades de receção serão instaladas noutras localidades do concelho, no distrito de Coimbra.
“Queremos evitar sempre que os cortes ou as limpezas na floresta se constituam como combustível”, afirmou Lurdes Castanheira.
Segundo o texto do protocolo, a que a Lusa teve acesso e que será assinado em cerimónia a realizar na quinta-feira, às 15:00, na Quinta do Baião, em Góis, as partes passam a colaborar para “reduzir os riscos de incêndio e criar condições e constituir uma cadeia de valor para o aproveitamento e valorização energética de biomassa florestal residual” no município.
A autarca socialista disse, também, que a cooperação entre as três entidades subscritoras proporcionará “algum retorno financeiro” à Associação Florestal do Concelho de Góis, enquanto a Câmara Municipal “prescinde de qualquer contrapartida” pecuniária.
Lurdes Castanheira salientou que “este é o primeiro protocolo que a Altri assina a nível nacional” com tais objetivos, indicando que os terrenos para instalar as unidades de receção são disponibilizados pela Câmara, juntas de freguesia, direções dos baldios e particulares.
“Trata-se de uma oportunidade de desenvolvimento local com base na valorização da floresta e do aproveitamento dos resíduos florestais, reduzindo o risco de propagação de incêndios, criando valor e segurança ao nível da propriedade florestal e estimulando a constituição de uma cadeia de valor baseada em emprego rural de proximidade”, realça a autarquia em comunicado.
As partes, segundo o protocolo, apostam no “reforço da fileira florestal, para uma coesão territorial e para um diálogo e cooperação entre agentes interessados nestas importantes componentes do desenvolvimento rural, contribuindo para a redução do risco de incêndio, para o aumento do emprego e criação de valor”.
A Altri Florestal atua no setor da energia renovável de biomassa através da EDP Bioeléctrica, em que detém uma participação de 50%, cabendo a outra metade à EDP.
Trata-se de uma ‘joint venture’ com quatro centrais de produção de biomassa florestal em laboração na região Centro: Mortágua (capacidade de nove megawatt-hora, MWh), Ródão (localizada nas instalações fabris da Celtejo, 13 MWh), Figueira da Foz (na Celbi, 28 MWh) e Constância (nas instalações da Caima, 13 MWh).
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