Polícias
GNR acompanha protestos dos agricultores. Há alternativas no Waze para as estradas cortadas
A Guarda Nacional Republicana (GNR) acompanha os vários bloqueios de vias no país, devido aos protestos dos agricultores, para garantir a segurança de manifestantes e restantes cidadãos, e reforçou informações na plataforma de tráfego Waze e nas redes sociais.
“Aqui no Cingop [Centro Integrado Nacional de Gestão Operacional], temos uma célula de comando, uma estrutura de operações, informações e comunicação que dá apoio a esta operação que está a decorrer a nível nacional”, explicou à Lusa a tenente-coronel Mafalda Gomes de Almeida.
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A estrutura, que funciona no comando-geral da GNR, no Quartel do Carmo, em Lisboa, “tem uma série de valências”, está “a acompanhar o desenvolvimento destes movimentos” e a “garantir também o acompanhamento dos manifestantes e a garantir a segurança”, acrescentou a porta-voz.
As unidades da GNR estão a acompanhar as movimentações dos agricultores em autoestradas, itinerários principais e complementares e estradas nacionais.
“Neste momento, portanto, mantemos a [Autoestrada] A25 cortada, no Alto Leomil, está cortada em ambos os sentidos, tem aqui uma alternativa para a Estrada Nacional 16, temos também ali a zona de Portalegre, na A6, junto à fronteira do Caia, cortada em ambos os sentidos”, avançou a tenente-coronel.
“A Estrada Nacional 371 cortada também no nó de Varges e, neste momento, temos ali uma alternativa para a Estrada Nacional 4, saída de Borba, eventualmente a Estrada Nacional 373, mas encontramos aqui os cortes talvez mais significativos”, acrescentou.
No distrito de Beja, “em Vila Verde de Ficalho, a Estrada Nacional 260 também está cortada em ambos os sentidos, com alternativa para a Estrada Nacional 122 (Pomarão)” e, no distrito de Santarém, regista-se “uma marcha que se dirige” para a A23, pelo IC3, onde também já se verificava um “reforço de policiamento para junto da A23”.
A Estrada Nacional 256-1, em Mourão, também está cortada, entre Mourão e Fronteira de São Leonardo (Fronteira), e o IC1 cortado também junto à Mimosa, entre as Ermidas do Sado e Alvalade do Sado.
Além de “uma marcha lenta” na Estrada Nacional 111, no sentido Montemor-o-Velho-Coimbra”, a GNR registou ainda “alguns movimentos também inorgânicos”, mas que “são muito pontuais” e que “estão a ser localmente acompanhados”.
As informações sobre os bloqueios de trânsito têm sido também atualizadas pelo Cingop na plataforma Waze.
“Essa informação é introduzida pela própria Guarda Nacional Republicana e as nossas redes sociais vão começar a lançar também alertas relativamente a estes cortes e condicionamentos”, frisou a tenente-coronel.
“Temos a agradecer a colaboração e a comunicação que eles [manifestantes] têm feito connosco, temos pautado aqui também pelos princípios da proporcionalidade e adequar o nosso comportamento e a nossa atuação de acordo com este movimento, que no fundo tem sido pacífico e tem sido colaborante e apelamos a que se mantenha”, salientou Mafalda Gomes de Almeida.
A mesma fonte realçou que a GNR quer “a salvaguarda da segurança” dos manifestantes, mas “também a salvaguarda de outras pessoas que circulam e que têm legitimidade para tanto, para continuar a circular, bem como os transportes que são feitos, nomeadamente dos bens perecíveis e daqueles bens de primeira necessidade, que é necessário continuar a manter”.
“Não obstante efetivamente os cortes que se mantêm, tem sido uma preocupação para nós garantir que efetivamente existem corredores de emergência, não só para viaturas que são prioritárias, mas também para garantir a circulação de outras pessoas que sejam apanhadas de surpresa pelos protestos”, vincou.
Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul, reclamando a valorização do setor e condições justas, num protesto que está a bloquear várias vias rodoviárias, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.
O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.
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