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George Clooney deseja que Joe Biden abandone a corrida presidencial norte-americana
O ator e apoiante do Partido Democrata George Clooney juntou-se hoje, num artigo de opinião no jornal The New York Times, aos apelos a que Joe Biden abandone a corrida presidencial norte-americana.
Algumas semanas depois de ter protagonizado uma angariação de fundos que alcançou um montante recorde para a campanha de reeleição do atual Presidente, Clooney garantiu adorar Biden, mas defendeu que com ele como candidato o Partido Democrata perderia a corrida presidencial e o controlo no Congresso.
“Esta não é apenas a minha opinião; é a opinião de todos os senadores, membros do Congresso e governadores com quem falei em privado”, escreveu Clooney.
A estrela de cinema de Hollywood argumentou que o partido deveria escolher um novo candidato na convenção do próximo mês, assumindo que o processo seria “confuso”, mas “despertaria” os eleitores a favor dos democratas.
No artigo, menciona em particular como exemplos de responsáveis que o país deveria ouvir agora a vice-presidente Kamala Harris e os governadores Wes Moore de Maryland, Gretchen Whitmer de Michigan e Gavin Newsom da Califórnia.
Com foco na idade de Biden (81 anos), no artigo sublinham-se as diferenças durante o recente evento em Los Angeles e outros anteriores.
“É devastador dizê-lo, mas o Joe Biden com quem estive há três semanas na angariação de fundos não era o (…) de 2010. Ele nem sequer era o Joe Biden de 2020. Ele era o mesmo homem que todos nós testemunhámos no debate” televisivo com o opositor Donald Trump, escreveu.
A prestação débil do democrata no debate lançou um coro de apelos para que seja encontrado novo candidato, o que o atual Presidente rejeita, motivando na terça-feira um inédito apelo do conselho editorial do jornal The New York Times ao Partido Democrata para que promova um novo candidato às presidenciais de novembro.
Também hoje, Nancy Pelosi, antiga Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e uma das principais figuras do Partido Democrata, sugeriu que Biden deveria repensar a sua candidatura.
“Cabe ao Presidente decidir se se vai candidatar. Estamos todos a encorajá-lo a tomar essa decisão, porque o tempo está a esgotar-se”, disse Pelosi, em declarações ao programa “Morning Joe” da MSNBC, quando lhe perguntaram se Biden tinha o seu apoio explícito.
Notando o respeito do partido por Biden, a democrata salientou que as pessoas querem que ele tome uma decisão, uma mensagem que contrasta com o apoio explícito dado terça-feira por uma parte importante da direção democrata no Capitólio.
“O que quer que ele decida, vamos em frente”, disse Pelosi.
Até agora, cerca de uma dezena de congressistas democratas de menor visibilidade manifestaram dúvidas sobre Biden ser a melhor escolha para vencer a 05 de novembro, mas o Presidente também ganhou o apoio, entre outros, da bancada hispânica dos democratas no Congresso e também dos afro-americanos.
Hoje, o democrata Pat Ryan, de Nova Iorque, tornou-se o mais recente democrata no Congresso a pedir publicamente a Biden para se afastar.
Outro democrata, o senador Richard Blumenthal, de Connecticut, disse hoje estar “profundamente preocupado” com as hipóteses de Biden vencer. “Temos que chegar a uma conclusão o mais rápido possível”, declarou à CNN.
O senador Michael Bennet, um democrata do Colorado, tinha falado na terça-feira sobre o perigo de uma segunda presidência de Trump e disse que cabe ao Presidente “considerar” as opções.
Embora mais democratas da Câmara tenham apelado publicamente a Biden para que abandone a corrida, nenhum democrata do Senado foi tão longe. Bennet estava entre os três senadores democratas, incluindo Jon Tester de Montana e Sherrod Brown do Ohio, que falaram durante um almoço privado na terça-feira, de acordo com uma fonte conhecedora da reunião.
Citada pela agência noticiosa AP, Pelosi encorajou os democratas a “adiarem” qualquer anúncio sobre a sua campanha enquanto os líderes estrangeiros estão em Washington para a cimeira da NATO.
De acordo com as últimas sondagens, Trump está à frente de Biden e tem vindo a alargar a margem, sobretudo desde o debate de 27 de junho.
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