Crimes
Gangue do multibanco condenado a penas entre nove e 17 anos
Cinco dos 13 arguidos acusados de terem furtado mais de dois milhões de euros a ataques a multibancos foram hoje condenados em Coimbra a penas de prisão efetiva entre os nove anos e meio e os 17 anos, sete outros foram absolvidos e um foi condenado a pena suspensa.
Dos cinco – que já estavam presos preventivamente -, dois foram condenados a 17 anos, um a 14 anos, outro a 10 e outro a nove anos e meio.
O Tribunal de Coimbra leu hoje a sentença a 13 arguidos suspeitos de terem furtado mais de dois milhões de euros em ataques a pelo menos 87 caixas multibanco em todo o país.
A leitura de sentença decorreu no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, depois de grande parte do julgamento ter decorrido na Faculdade de Direito, devido à pandemia da covid-19, de forma a assegurar o distanciamento físico entre arguidos, advogados, assistentes e juízes.
Os 13 arguidos são acusados pelo Ministério Público de pertencerem a um grupo que terá feito mais de 80 furtos entre setembro de 2016 e dezembro de 2017. Três dos principais suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) quando regressavam de mais um assalto.
Os assaltos decorreram em diversos distritos, como Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Leiria, Coimbra, Porto e Braga, numa ação que recorria a explosões para assaltar os terminais de multibanco, refere a acusação, a que a agência Lusa teve acesso.
Antes dos furtos, os membros “selecionavam criteriosamente as caixas multibanco”, procurando perceber a marca e o modelo do terminal, através de consultas de movimento de cartões de débito.
Para o assalto, o grupo recorria a carros previamente furtados e usava chapas de matrículas também roubadas e correspondentes a outros veículos, descreve o Ministério Público (MP).
No local, era habitual os arguidos pulverizarem as câmaras de vídeo dos circuitos de gravação, levarem consigo diversas peças de roupa para trocarem após a prática dos crimes e utilizarem rádios portáteis emissores/recetores de forma a não recorrerem a telemóveis, alega o MP.
De acordo com a acusação, para o assalto, além do material necessário para o roubo, como botijas de gás acetileno e mangueiras, levavam armas de fogo, como revólveres e espingardas AK-47, bem como extintores que podiam aspergir contra as viaturas policiais em caso de perseguição.
Já as companheiras de dois dos principais membros do grupo intermediavam contactos com outros membros e ocultavam artigos utilizados nos assaltos, recorrendo normalmente às quatro garagens de que dispunham em Loures, Oeiras, Cascais e Alcobaça.
A ação do grupo acabou quando, após um furto em Torres Novas, ao chegarem ao armazém de Alcobaça com o dinheiro, foram intercetados por elementos da PJ e da GNR, que acabaram por detê-los.
Os três principais elementos do grupo estavam acusados de vários crimes de furto qualificado, posse de arma proibida, falsificação de documento, explosão, recetação e branqueamento de capitais.
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