Desporto
Funcionários da Académica com ordenados em atraso procuram comida na Casa dos Pobres
Notícias sobre salários em atraso na Académica (AAC/OAF e AAC/OAF SDUQ) não são novidade, mas a situação nunca foi tão dramática como a que se vive neste ano de 2019.
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Os cerca de 30 funcionários da AAC/OAF (clube e sociedade desportiva) vão chegar ao fim do ano com 9 meses de remunerações em atraso.
Na hora do Réveillon, a Académica fica a dever 4 meses de salários e 5 meses de subsídios de férias e de Natal.
De promessa em promessa, a direção da Académica vai adiando os pagamentos aos funcionários que não recebem desde agosto.
Um empregado da Briosa garante que a direção tinha ficado de pagar duas semanas na última segunda-feira, mas, mais uma vez, os dirigentes não honraram o compromisso nem deram justificações. Andam a fugir, como se não fosse nada com eles, acrescenta.
“Ninguém aguenta ficar tantos meses sem receber o vencimento, há quem esteja a recorrer à Casa dos Pobres para alimentar a família”, afiança um funcionário que não quis ser identificado com receio de eventuais represálias.
“É muito triste abrir um frigorifico e não ter um iogurte para dar a um filho”, lamenta outro empregado da Académica.
Há quem esteja desesperado porque não consegue pagar a renda ou a prestação da casa e como os senhorios e os bancos não esperam, pode ir parar ao olho da rua, adianta uma funcionária.
A poucos dias do Natal, os funcionários contactados por Notícias de Coimbra já não acreditam que o dinheiro chegue a tempo de comprar o bacalhau para a consoada e para dar uma pequeno presente aos filhos.
Um dos servidores do clube lamenta que os órgãos sociais da instituição não tenham aproveitado a última Assembleia Geral para lhes dar “uma palavra de esperança”.
Pedro Roxo, o líder da instituição, que apareceu na visita que o clube fez aos doentes do Hospital Pediátrico, só aceitou falar desse ato solidário, mas foi adiantando que para a semana pode ter novidades, sem adiantar se vai pagar o calote.
Os jogadores da equipa profissional de futebol também têm 3 meses de salário em atraso, o que pode fazer com que alguns rescindam com o clube na janela de transferências de janeiro.
“Só não vão todos porque muitos não ganham noutros clubes o que auferem na Académica”, conclui fonte conhecedora do plantel da Académica.
AAC/OAF e Académica SDUQ devem mais de 10 milhões de euros, vivendo em permanente estado de falência técnica, à mercê dos credores.
A Académica ocupa o 15º lugar da segunda divisão, mais perto da descida do que da subida. Obteve apenas 12 pontos. Tem menos 18 pontos que o líder Farense.
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