Tribunais

“Fui homem para fazer, também sou para assumir”. Gangue familiar enganava idosos com troco falso

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 24-04-2025

O Tribunal da Feira condenou hoje a penas de prisão, duas delas efetivas, três dos seis arguidos suspeitos de integrar uma rede criminosa dedicada à burla e roubo a idosos que atuava principalmente no Norte do país.

Os arguidos são três casais, todos da mesma família, com idades entre os 34 e os 47 anos, residentes na Marinha Grande, no distrito de Leiria.

A pena mais gravosa foi aplicada ao homem tido como o cabecilha do grupo, que foi condenado a uma pena única de 15 anos de prisão, em cumulo jurídico, por vários crimes de roubo, burla e detenção de arma proibida.

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Um outro arguido foi condenado a 11 anos de prisão por vários crimes de roubo e burla.

Estes dois arguidos, que já tinham antecedentes criminais por crimes idênticos, vão manter-se em prisão preventiva até se esgotar o prazo para recorrerem da decisão.

O terceiro elemento masculino, que também estava em prisão preventiva, foi absolvido dos crimes de roubo e burla de que estava acusado, tendo saído em liberdade do tribunal.

Quanto às mulheres, o coletivo de juízes condenou uma delas por um crime de recetação a dois anos de prisão, suspensa por igual período, absolvendo as outras duas.

O tribunal considerou ainda que não ficou demonstrada a prática da associação criminosa, tendo absolvido todos os arguidos deste crime.

O coletivo de juízes deixou também cair o crime de branqueamento que estava imputado às arguidas.

Os arguidos foram ainda condenados a pagar cerca de 600 euros a uma das vítimas.

Durante o julgamento, o principal arguido confessou parcialmente os factos, assumindo o envolvimento em algumas das situações relatadas na acusação.

“Essas situações fui eu que fiz. Fui homem para as fazer, também sou homem para as assumir. Agora, o resto das outras situações, eu não fiz”, disse o arguido, recusando-se a identificar os cúmplices nestes crimes.

O arguido negou ainda a acusação de associação criminosa, afirmando que “ninguém manda fazer nada a ninguém”, e referiu que o produto dos crimes era dividido em partes iguais pelas pessoas envolvidas.

Os factos ocorreram entre outubro de 2022 e outubro de 2023, quando os arguidos foram detidos pela GNR.

De acordo com a investigação, os suspeitos apresentavam-se aos idosos, especialmente vulneráveis, como funcionários da Segurança Social, médicos ou membros da Junta de Freguesia, fazendo crer que era necessário trocar as notas de 20 e 50 euros, porque iriam sair de circulação.

No decorrer da ação, os militares da Guarda deram cumprimento a três mandados de busca domiciliária e três a veículos, que resultaram na apreensão de dezenas de peças em ouro que totalizam um valor superior a 61 mil euros.

Foram ainda apreendidos uma pistola, uma caixa de munições, 14 telemóveis, quatro viaturas, duas televisões e 1.800 euros em dinheiro.

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