Coimbra

Forças de segurança prestam homenagem a equipa da PSP de Coimbra desmantelada

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 16-02-2024

Cerca de 100 elementos das várias forças de segurança juntaram-se hoje às portas do Comando Distrital da PSP de Coimbra para prestar homenagem à equipa de intervenção rápida que foi recentemente desmantelada.

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Na quarta-feira, o Comando da PSP de Coimbra afirmou que tinha procedido a uma reorganização das suas equipas de intervenção rápida (EIR), depois de 18 agentes terem metido baixa médica no dia do jogo de futebol entre União de Leiria e Sporting, na semana passada, tendo optado por afetar alguns dos polícias a outros serviços.

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Hoje, cerca de 100 elementos das forças de segurança concentraram-se às portas do Comando Distrital de Coimbra, muitos vestindo uma t-shirt preta onde se lia “Todos juntos somos um” (com o símbolo das três forças: PSP, GNR e Guarda Prisional), numa iniciativa onde eram também visíveis várias bandeiras de Portugal.

Os elementos da EIR que foi desmantelada do Comando, que tinham ido buscar os seus pertences, foram recebidos sob fortes aplausos dos colegas, assim que saíram do edifício, mostrando-se emocionados com a receção e a demonstração de solidariedade.

“Obrigado por virem aqui. Cumprimos a nossa missão até à última. Fizemos o nosso serviço. Não falhámos em nada. Continuem a ter orgulho no que são”, disse, no final, o chefe da equipa que foi extinta, Rogério Costa.

Dirigindo-se a todos os presentes, o agente afirmou: “estamos aqui pelo povo e por mais ninguém”.

Para os presentes, o fim daquela EIR é uma forma de “castigo” por estes terem participado em várias ações públicas de demonstração do descontentamento das forças de segurança em relação às suas condições salariais, disse à agência Lusa Arlindo Guerreiro, agente da PSP em Coimbra há 38 anos.

“Não sei se é retaliação ou não [por também terem metido baixa no dia do jogo], mas estamos solidários com eles e viemos aqui para mostrar que têm o nosso apoio”, afirmou o mesmo agente, criticando o “desmantelamento da equipa de intervenção”.

Também António Monteiro, polícia há 35 anos, considerou que o fim da equipa foi “um castigo”.

“O nosso sentimento é de revolta. Porque estamos aqui todos para a mesma causa. As nossas reivindicações são justas, a PJ levou um aumento brutal, e nós temos de ter um subsídio de risco igual a eles, porque nós é que estamos na linha da frente”, vincou.

Questionado pela agência Lusa sobre o porquê de o desmantelamento da equipa estar relacionado com as reivindicações laborais dos polícias, António Monteiro disse que o subsídio dado à PJ sem um igual para as restantes forças “tem levado ao descontentamento” dos agentes.

“Nós temos vindo a pedir o nosso subsídio equiparado. A equipa foi desmantelada por causa do nosso descontentamento. Mostraram esse descontentamento e tiveram o azar de ficar doentes e de ir ao hospital e, como vingança, a equipa foi desmantelada”, afirmou.

Questionado pela agência Lusa sobre se não acha estranho haver 18 elementos a meter baixa no mesmo dia, António Monteiro disse que não.

“Os professores são aos milhares que metem baixa todos os dias, e o bastonário da Ordem dos Médicos disse que [os médicos] estão todos em ‘burnout’ [esgotamento]. Será que os PSP que têm uma função superior à deles não têm também essa doença do burnout?”, perguntou, referindo que acha estranho é “não haver muito mais” polícias a meter baixa.

“O descontentamento total dos elementos leva a que o pessoal adoeça”, frisou.

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