Portugal
Bancos Alimentares contra a Fome recolhem 2.130 toneladas de alimentos em dois dias
Os Bancos Alimentares contra a Fome recolheram 2.130 toneladas de alimentos durante a campanha nacional, que decorreu no fim de semana, em mais de duas mil superfícies comerciais de 21 regiões do país, foi hoje anunciado.
Em declarações à Lusa, a presidente da federação que reúne os 21 Bancos Alimentares contra a Fome, Isabel Jonet, considerou ter sido “uma campanha muito, muito bem sucedida”, acrescentando que a quantidade total recolhida “ainda pode aumentar”.
Isabel Jonet lembrou que a recolha de alimentos “prossegue nos supermercados, e na internet até 08 de dezembro”, através do site www.alimentestaideia.pt, ou em vales (“Ajuda Vale”) disponíveis nos estabelecimentos comerciais.
No domingo à noite, o Presidente da República visitou as instalações do Banco Alimentar, em Lisboa, e agradeceu os contributos dos portugueses.
“Para mim é uma boa surpresa, o tempo esteve muito mau, muito irregular, e isso dificulta uma campanha desta natureza. Por outro lado, não se sabia se havia ou não uma ligeira desaceleração económica, como é que as pessoas iam realmente reagir e foram espetaculares em termos de solidariedade”, destacou.
“Significa que os portugueses se excederam, quem está de parabéns são os portugueses”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.
Isabel Jonet destacou também “a grande adesão de voluntários”, cerca de 40 mil dos 21 Bancos Alimentares (Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Terceira, Viana do Castelo e Viseu).
“Não podemos deixar de sublinhar o papel dos voluntários, pessoas de todas as idades, com convicções políticas e religiosas diversas que, participando, lado a lado, contribuem de forma fraterna e solidária para uma sociedade mais justa e coesa”, disse a responsável.
“Temos de agradecer aos milhares de doadores, aos voluntários, às empresas e entidades que apoiaram esta campanha, dando assim o seu grande contributo para que os Bancos Alimentares possam continuar a acudir a muitas pessoas necessitadas”, sublinhou Isabel Jonet.
Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.400 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
Mais de 2,2 milhões de pessoas estão em risco de pobreza em Portugal ou exclusão social (21,6% da população), de acordo com dados divulgados recentemente pelo INE.
O Banco Alimentar Contra a Fome foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio alimentar a quem mais precisa, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário.
A nível europeu, existem 290 Bancos Alimentares operacionais em 24 países, que, em 2018, distribuíram mais de 781.000 toneladas de alimentos – equivalentes a 4,3 milhões de refeições diárias, em parceria com 45.700 organizações sociais, beneficiando mais de 9,3 milhões de pessoas.
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