Há 26 anos, Deolinda vive um pesadelo sem fim. O seu filho Miguel, com 16 anos, desapareceu em 1997 misteriosamente em Lisboa, e desde então, não tem descanso.
Na altura, o jovem foi visitar a tia e nunca mais voltou. As semanas e os meses que se seguiram foram de desespero para Deolinda, que procurou incansavelmente por respostas. A tia nunca chegou a ver o sobrinho.
Com o passar dos anos, a esperança de encontrar Miguel foi-se esfumando, mas Deolinda continua a manter uma chama de fé acesa, alimentada pelas histórias de pessoas que, depois de muitos anos, foram finalmente encontradas. Para ela, saber o que aconteceu ao seu filho é mais do que uma necessidade; é um sonho. “O meu sonho é saber se ele está vivo, para morrer em paz”, desabafou a mulher no “Goucha“.
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Deolinda admite que vive há mais de duas décadas com a vida suspensa, sem poder seguir em frente. Recusa-se a fazer o luto pelo Miguel, pois não sabe se está vivo ou morto. Esta incerteza consome-a, como se o tempo tivesse parado à espera de uma resposta.
Durante estes anos de procura, Deolinda recorda momentos angustiantes, como a vez em que foi informada de que um corpo tinha sido encontrado no prédio onde morava, uma vez que mudou-se anos depois da casa onde vivia com Miguel. Mas os testes de ADN foram inconclusivos e a resposta que tanto desejava não veio. Além disso, Deolinda revela que foi ameaçada pelas autoridades após ter ido à televisão falar sobre o desaparecimento do filho, o que só aumentou a dor e a frustração.
Miguel desapareceu sem deixar rasto, e a mãe continua a esperar que, um dia, a porta se abra e que a verdade venha à tona. Enquanto isso, a vida desta mãe permanece suspensa, sem saber o que aconteceu ao filho que, por tanto tempo, ela anseia em abraçar novamente.
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