Fogos põem em causa 1400 empregos na Região de Coimbra
Os incêndios florestais que eclodiram no dia 15 na área da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) puseram em causa 1.395 postos de trabalho e afetaram diretamente 55 empresas, disse hoje o presidente daquela entidade.
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Em declarações à agência Lusa, João Ataíde, presidente da CIMRC e autarca da Figueira da Foz, disse ainda que foram afetadas cerca de mil casas de primeira e segunda habitação, “que têm de ser recuperadas”, e que as chamas que lavraram naquela data em pelo menos 12 dos 19 municípios da Região de Coimbra provocaram 24 mortos e 380 feridos.
“A situação decorrente dos incêndios será sempre um tema prioritário na agenda da Região de Coimbra, que existe a pensar no território. E esse território ficou fortemente abalado”, declarou João Ataíde.
O conselho intermunicipal da CIMRC reuniu hoje em Oliveira do Hospital e dessa reunião saiu um documento com 32 medidas que os 19 municípios querem ver satisfeitas pelo Governo, adiantou.
As medidas incluem, desde logo, a questão dos bens essenciais às populações, a recuperação de casas de primeira habitação, mas também a reabilitação da atividade económica, seja agrícola, seja industrial e turística dos municípios atingidos.
João Ataíde disse que a CIMRC defende também a recuperação de casas de segunda habitação, “nomeadamente nos territórios de baixa densidade” populacional, bem como linhas de financiamento às áreas empresarial e agrícola, e apoios “diretos e indiretos” à atividade turística para “mitigar e minimizar” os efeitos dos incêndios.
A CIMRC pretende ainda, entre outras reivindicações, garantias quanto à manutenção dos postos de trabalho e medidas para minimizar os riscos de erosão e impacto ambiental dos fogos, recuperação de infraestruturas afetadas e ações relacionadas com a reflorestação de áreas ardidas e defesa da floresta contra incêndios, também na vertente de sensibilização das populações.
O documento vai ser enviado ao primeiro-ministro, António Costa, com conhecimento ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado.
Na reunião de hoje, para além dos representantes dos 19 municípios da Região de Coimbra, estiveram presentes o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, o presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Rogério Rodrigues, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, e responsáveis regionais da Agricultura e Segurança Social.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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