O erro do costume, acumular poder e dinheiro e ficar isento da culpa, principalmente, quando deixamos as atitudes primárias tomarem conta da racionalidade.
Há um ano que eu cultivo um jardim com o propósito de me recuperar da febre pessimista, talvez por saber que em terra árida não nascem flores.
Habita em mim uma multidão e ela não é unânime. Os pensamentos intrigam o meu senso de justiça. Mas, não quero roubar a esperança a ninguém com ideias apocalípticas. É fácil viver a espuma dos dias se não nos comprometermos. O incómodo é defender uma causa que nos faça sair do sofá.
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Vi uma mulher comprando flores amarelas, e esse gesto de beleza vagueou pela minha cabeça o dia todo.
Vivemos um tempo de desconexão com o que importa: viver o quotidiano, o das coisas palpáveis, das pessoas. As flores amarelas fizeram-me pensar nos gestos sensíveis que esquecemos e das delicadezas simples da vida.
Alimento o meu lado bom, aquele em que acredito e que me proporciona momentos de contemplação para enfrentar as adversidades. As guerras e as alterações climáticas têm consequências, quase sempre irreversíveis, e isso pode ser uma prova de decadência.
Precisamos de um exército de voluntários que queiram desencalhar o navio e despoluir os oceanos. Se aplicássemos a inteligência para minimizar a dor humanidade, as flores amarelas seriam o símbolo desse reconhecimento.
OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA
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